México anuncia novo corte de emissões e investimento em energia limpa na COP27
As novas medidas contarão com a ajuda dos Estados Unidos e Canadá
O México aumentará seu corte nas emissões de gases de efeito estufa de 22% para 35% até 2030, como parte de um projeto conjunto de investimento em energias renováveis com os Estados Unidos de US$ 48 bilhões – anunciou o chanceler Marcelo Ebrard em entrevista coletiva na sexta-feira (11).
"O presidente López Obrador decidiu ampliar os objetivos nacionais de 22% para 35% na redução das emissões de gases de efeito estufa, para acelerar a transição energética na América do Norte", explicou o ministro mexicano das Relações Exteriores, acompanhado do enviado especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry.
Isso significa "dobrar os esforços nos próximos oito anos, em comparação com os planos originais para esta década", acrescentou Ebrard.
“Com o apoio dos Estados Unidos, calcula-se que será necessário um investimento adicional de aproximadamente US$ 48 bilhões entre 2022 e 2030, que será mobilizado dos setores público e privado”, afirmou o chanceler mexicano.
Nem Ebrard, nem Kerry especificaram o montante de apoio financeiro dos Estados Unidos para esta tarefa, que implicará "duplicar a capacidade de geração de energia limpa no México", assegurou.
Esse impulso energético representará "milhares de postos de trabalho e a aceleração da nova economia verde mexicana", acrescentou Ebrard. "É a única maneira de estar à altura das necessidades" de energia limpa nos próximos anos, ressaltou.
"Esta é uma mudança enorme e significativa, em relação a onde o México estava antes", elogiou Kerry, explicando que o anúncio faz parte de uma negociação de três vias, incluindo o Canadá.
Os três países são parceiros no renovado Acordo Comercial da América do Norte (USMCA, na sigla em inglês). "Esta é uma visão, não apenas um anúncio", frisou Kerry.
O anúncio, que envolverá um grande projeto de energias renováveis chamado Sonora, na fronteira entre México e EUA, "será um dos temas mais importantes da próxima cúpula" dos três parceiros, no próximo mês, completou Ebrard.
As Contribuições Determinadas em Nível Nacional (NDCs, na sigla em inglês) são os planos de redução de emissões de gases de efeito estufa que os membros da COP, Conferência das Partes, devem atualizar regularmente. Embora, há um ano, os quase 200 membros da conferência tenham concordado em revisar esses cortes para cima para apresentar em Sharm el-Sheikh, apenas em torno de 30 fizeram isso antes do início da COP27.
O corte de 35% nas emissões, que o México deve realizar até o final da década, foi estabelecido em comparação com "a estimativa de tendência", ou seja, o que se calcula que sua economia vai emitir, levando-se em conta os modelos atuais.
A última atualização de objetivos era de 2020. O presidente Andrés Manuel López Obrador havia sido criticado por organizações ambientalistas por não mostrar mais ambição e por apostar, claramente, no desenvolvimento de suas consideráveis jazidas de hidrocarbonetos.
Esta atualização da NDC mexicana implica “reduzir 52 milhões de toneladas de carbono” de emissões, afirmou Ebrard. E, em paralelo, representará a ampliação em 2 milhões de km² das áreas naturais protegidas, além do plantio de 1,1 milhão de árvores.
O plano Sonora implicará a construção de novas usinas de geração de energia renovável que aumentarão a capacidade atual de 5 gigawatts (GW), para uma capacidade total de 40 GW.
Ebrard, que deu essas declarações em uma parada no Egito a caminho da cúpula do G20, na Indonésia, revelou ainda que as emissões de metano serão reduzidas, também como parte do plano geral das NDCs.
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