Baixa conectividade pode limitar inovações tecnológicas do agro brasileiro
Segundo Paola Campiello, da ConectarAgro, apenas 37% das áreas rurais do país estão conectadas
Agronegócios|Do R7
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A conectividade desempenha um papel importante na modernização do agronegócio brasileiro e auxilia na implementação de inovações tecnológicas que aumentam a produtividade e reduzem custos. Apesar disso, apenas 37% das áreas rurais do Brasil possuem acesso à internet.
Em entrevista ao Record News Rural desta sexta-feira (26), Paola Campiello, presidente da ConectarAgro, destaca os esforços da associação em promover uma infraestrutura semelhante à urbana nas zonas rurais. “Então a gente traz esse alerta para o nosso país, para o terceiro setor, para as empresas privadas, para que a gente entenda como sociedade que a gente precisa de conectividade para habilitar todas as tecnologias no campo”, explica.

Um estudo realizado pela empresa mostra que o setor cafeeiro apresenta um cenário favorável com cerca de 70% das áreas produtoras conectadas. “No Paraná eu tenho 80% da região conectada, no Espírito Santo 79% e em São Paulo 76%. Então a gente pensa que onde a gente tem o maior desenvolvimento do nosso país, a conectividade também acompanha”, conta. Mesmo assim, Minas Gerais, o maior produtor nacional de café, possui 67% de suas áreas cobertas pela internet e enfrenta desafios devido ao seu relevo diversificado.
Um projeto de lei em Minas Gerais busca incentivar empresas privadas a investirem na expansão da conectividade através da transação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Essa medida pode beneficiar regiões carentes como o noroeste mineiro. “É um estado que precisa de bastante conectividade, como o noroeste, por exemplo, do estado, que tem uma região bem importante de Unaí e não tem conectividade, ou o norte. Então a gente pensa que com essa possibilidade do projeto de lei ser sancionado, vai fazer toda a diferença e a gente vai realmente ver que o estado de Minas Gerais vai despontar em tecnologia por conta da conectividade”, relata.
No setor sucroalcooleiro, aproximadamente 66% das áreas estão conectadas devido aos investimentos tecnológicos feitos por grandes usinas que operam monitorando as etapas produtivas por meio de centros especializados. Por outro lado, a cultura da soja ainda tem baixa cobertura digital, com apenas 33% das plantações acessíveis online.
Segundo Paola, entre os desafios estão, além da dificuldade de chegada dessa conectividade, a falta de energia em algumas regiões. “As operadoras são regulamentadas pela Anatel e elas precisam participar de toda a infraestrutura, das obrigatoriedades dos leilões de 4G e 5G, então eles precisam colocar a conectividade aonde tem usuários e onde estão as cidades. Então as operadoras chegam nas cidades, mas a área rural é muito grande, então esse é o grande desafio, como que eu chego com uma infraestrutura, seja de fibra ótica, seja de radiofrequência, ou satelital. Em muitos lugares a gente não tem nem energia elétrica, quiçá internet”, comenta.
A falta da infraestrutura limita o potencial produtivo mesmo quando há máquinas modernas disponíveis nos campos brasileiros. Paola explica que a utilização dos fundos públicos poderia acelerar essa transformação tecnológica necessária para pequenos e médios produtores competirem igualmente no mercado. “Todo mundo que tem uma conta de internet ou de celular, quando vocês olharem a conta de vocês, tem lá 1% do Fust [Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações]. Esse fundo, ele tem mais de bilhões de reais e ele foi criado para a universalização do serviço de telecom. Então por que a gente não pode acessar esse fundo?”, finaliza.
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