Como fica o mercado brasileiro com compra de soja americana pela China? Pesquisador explica
Países voltaram a negociar o grão após períodos de tensão relacionados às políticas tarifárias americanas
Agronegócios|Do R7
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Após um período sem negociar a compra de soja com os Estados Unidos, a China firmou um acordo comercial com Washington no último mês. O retorno gradual nas compras do grão colocou o setor agrícola nacional de olho nessas movimentações, uma vez que o país assumiu um maior protagonismo no comércio durante o período de tensão entre as duas grandes potências mundiais.
Para Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro (Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas), a retomada das negociações da China com o governo americano era algo inevitável de ocorrer, o que evidencia a atitude política, com o aceno a Washington, além da necessidade econômica dos grãos americanos por parte de Pequim.

Ele pontua, no entanto, que as quantidades adquiridas a partir da retomada das exportações de Washington não se equiparam aos números comprados anteriormente. Tal cenário, ilustra Serigati, pode representar um interesse em comprar essa diferença de outros mercados, como o brasileiro, que oferecem a soja em um valor menor do que os EUA.
O cenário da soja brasileira no mundo
Apesar do Brasil ser o maior exportador do grão no mundo, desafios da indústria nacional fazem com que algumas dúvidas pairem acerca das negociações e condução da próxima safra, o que pode alterar as cotações no mundo. O pesquisador ilustra que, mesmo com a projeção de uma produção recorde, segundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), problemas no início do ciclo, como o plantio durante período de La Niña, e a necessidade de replantio podem interferir nesse cenário.
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Outros fatores destacados por Serigati, como câmbio internacional, menor valorização do real e o período eleitoral, também podem ditar os rumos da safra 2025/2026 para um quadro não tão otimista. Desta forma, ele lista que os olhos do mercado internacional ficam voltados ao que ocorre no agro brasileiro.
“Tivemos atrasos, em algumas regiões tivemos notícias, inclusive, de replantio, o que naturalmente eleva o custo para o produtor que teve que incorrer nesse procedimento. O fato é, o ponto importante para o mercado internacional é como vai evoluir a safra brasileira, porque a projeção é de uma safra recorde. Será que a realidade vai entregar realmente uma safra nessa dimensão? Vamos ver como é que a nossa safra evolui”, comenta o pesquisador em entrevista ao Record News Rural desta terça-feira (2).
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