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Tarifa de 50% dos EUA sobre café solúvel brasileiro preocupa setor

Aguinaldo Lima, diretor-executivo da Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel), destacou as dificuldades enfrentadas

Agronegócios|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Os EUA mantiveram uma tarifa de 50% sobre o café solúvel brasileiro, afetando 20% das exportações do produto.
  • A Abics destaca as dificuldades que a medida traz e a expectativa frustrada de isenção total das tarifas.
  • Três frentes estão sendo pensadas para minimizar os impactos, incluindo articulação com o governo brasileiro e importadores americanos.
  • Negociações entre Brasil e EUA continuam, buscando corrigir possíveis erros tarifários e enfrentar a concorrência de países com taxas menores.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O governo dos Estados Unidos manteve a tarifa de 50% em cima do café solúvel do Brasil, impactando um mercado que representa cerca de 20% das exportações do produto. Essa decisão surpreendeu o setor cafeeiro e gerou preocupações devido à longa relação comercial entre os dois países.

Em entrevista ao Record News Rural desta quinta-feira (27), Aguinaldo Lima, diretor-executivo da Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel), destacou as dificuldades enfrentadas pelo setor diante dessa medida. Ele explicou que a expectativa era pela isenção total das tarifas para todos os produtos relacionados ao café, e que essa medida complica as exportações brasileiras.


“Foi uma pancada", diz diretor da Abics sobre manutenção das tarifas Reprodução/Record News

“Foi uma pancada, nós esperávamos que todos os produtos de café fossem liberados da tarifa e nós fomos premiados não só com 40, mas com mais os 10% que haviam sido retirados na semana passada”, conta. “O Estados Unidos é até hoje nosso principal mercado, com 20% das nossas exportações que vão para lá, e fica muito difícil redirecionar isso para outros mercados”, completa.

Segundo o diretor, estão sendo pensadas três frentes para enfrentar as tarifas e atrair menos impactos para o país. A articulação com o governo brasileiro para fornecer informações estratégicas, a mobilização junto aos importadores americanos e associações locais, além de possível estabelecimento de representação direta nos EUA para tratar questões tarifárias rapidamente.


“Nessas articulações com o governo a gente vai municiando com informações, vai tentando mostrar caminhos, que foi o objetivo da nossa reunião ontem, onde estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin, com o Ministério da Indústria e do Comércio, Carlos Fávaro, o ministro da Agricultura, e o secretário de Relações internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua”, conta.

Além disso, existe uma hipótese sobre erro na classificação tarifária do café solúvel em comparação com outros tipos como grãos torrados ou industrializados que foram liberados da tarifa extra. “Nós falamos que poderia dar como contrapartida a retirada dessa tarifa, porque nós no Brasil somos os maiores produtores, os maiores exportadores de solúvel do mundo. Exportamos para mais de 100 países”, completa.


As negociações continuam intensas entre representantes brasileiros e americanos na tentativa de corrigir possíveis equívocos e buscar soluções viáveis. Concorrentes internacionais, como México e Vietnã, possuem taxas menores ou acordos comerciais mais favoráveis, intensificando a competição. A cada mês, o produto dos concorrentes pode substituir o brasileiro, afetado pelas altas tarifas impostas pelos EUA.

“Não é por medo de concorrência, então zerar a tarifa de solúvel seria uma contrapartida do governo americano, embora a gente praticamente não importe dos Estados Unidos. Seria um gesto para se colocar na mesa para os nossos negociadores”, finaliza.

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