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Confira depoimento de Kátia Vargas em 2º dia de júri popular

"Eu não bati, não 'trisquei' e não arremessei ninguém", disse a acusada 

Bahia|Matheus Pastori, do R7, com informações de Bruno Brasil e Ruanderson Muniz

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Kátia Vargas se mantém de cabeça baixa na maior parte do julgamento
Kátia Vargas se mantém de cabeça baixa na maior parte do julgamento

Acontece, na manhã desta quarta-feira (6), o segundo dia do júri popular da médica Kátia Vargas, acusada de matar os irmãos Emanuel e Emanuele em um acidente de trânsito em outubro de 2013. Na terça (5), foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco testemunhas de defesa. O julgamento foi retomado às 8h de hoje.

Depois de lidas as peças processuais, a ré finalmente teve a palavra e foi interrogada pela juíza Gelzi Almeida Souza.


Os advogados de defesa de Kátia Vargas evocaram o direito constitucional da acusada de permanecer em silêncio e, portanto, de não responder às perguntas dos promotores do Ministério Público (MP). Assim, Vargas somente respondeu às perguntas feitas pela juíza, pelos jurados e por seus advogados.

Logo no início de sua fala, Kátia disse estar sob efeito de antidepressivos e remédios que tomou para dormir. Sua voz é quase inaudível. Ela inicia o depoimento afirmando que, mesmo após quatro anos, não consegue se lembrar de todos os detalhes do acidente de 11 de outubro de 2013.


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Vargas disse ter começado aquele dia se despedindo da filha, que foi ao colégio com o pai. Depois disso, foi à academia, onde participou de aula de dança. Ao sair do local, lembra de ter prescrito uma receita para o filho da professora, com quem diz ter ficado conversando após a aula.


Saindo da academia, Katia Vargas seguiu em direção a uma papelaria nas imediações da Av. Oceânica, bairro de Ondina, onde compraria material escolar para os filhos, de então 13 e 16 anos. A médica prossegue dizendo que, ao ver a pista livre, reduziu a velocidade e manteve-se à esquerda da via.

Ao parar em um semáforo, de acordo com o relato da médica, surgiu a moto em que estavam os irmãos Emanuel e Emanuele Gomes. Emanuel estava na direção e teria gesticulado para Kátia. A médica diz não ter entendido o porquê da atitude do rapaz.


Em seguida, Vargas conta que acelerou o carro, fez menção de converter a direção para um lado, mas desistiu. A ré alega que a moto dos irmãos fez o mesmo. Neste momento, Kátia admite que quis ultrapassar a moto, e que então acelerou ainda mais, chegando a dar sinal de luz e a dirigir na contramão, à esquerda da pista.

Diz então ter ouvido um barulho – não tem certeza do quê. Ela nega que Emanuel tenha dado um tapa em seu carro, como afirmaram as testemunhas de acusação na terça-feira (5). Afirma que o barulho era forte, de algo maior que um tapa.

Kátia Vargas diz não se lembrar com clareza do que acontece em seguida. Disse ter perdido o controle do carro, que seguia na contramão.

Em nenhum momento tive a intenção de jogar o carro contra a moto

(Kátia Vargas)

Neste ponto, a juíza Gelzi A. Souza pergunta:

- Em algum momento a senhora teve intenção de jogar o carro contra a moto?

Kátia Vargas responde:

- Em nenhum momento tive a intenção de jogar o carro contra a moto.

Daniel Keller, assistente de acusação do Ministério Público, interrompe e relembra o depoimento de Kátia a um perito do Departamento de Polícia Técnica (DPT) à época do ocorrido. A médica teria dito que se envolveu em um acidente de trânsito após uma discussão.

Keller questiona se Kátia Vargas mentiu ao perito. Os advogados de defesa da médica reafirmam que a ré não responderia às perguntas do Ministério Público.

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Retomando seu raciocínio, Vargas diz que, após a tentativa de ultrapassagem, lembra do carro ter ido parar no passeio, quando, supostamente e de acordo com o depoimento da ré, o veículo colidiu com a grade de um apart-hotel da região.

A médica nega qualquer contato com a moto. "Eu não bati, não 'trisquei', não arremessei ninguém".

Volta a afirmar que não se lembra dos detalhes deste ponto dos acontecimentos. Questionada por seus advogados, responde que o primeiro a chegar ao local do acidente foi um policial, que teria acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Somente dentro da ambulância, Kátia teria sido informada de que haviam mais dois envolvidos no acidente.

Eu não bati%2C não 'trisquei'%2C não arremessei ninguém

(Kátia Vargas)

A partir daí, a defesa questiona se, já no Hospital Aliança, para onde foi socorrida, Kátia tinha ou não condições de responder às perguntas do DPT, já que estava sob efeito de cerca de sete remédios.

A médica chora. Aos prantos, disse que não tinha condições.

A defesa pergunta:

- Você quis matar Emanuel e Emanuelle?

A ré responde, chorando e soluçando:

- Não. De jeito nenhum.

A defesa encerra e passa a palavra aos jurados, que enviam seus questionamentos dentro de um envelope, entregue à juíza por um oficial de Justiça. As perguntas foram sobre o barulho do suposto tapa, sobre a tentativa de ultrapassagem e da velocidade em que a médica trafegava.

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Diante das perguntas, Kátia admite que a tentativa de ultrapassagem foi imprudente. “Nunca tive a intenção de machucar ninguém”, disse.

Também volta atrás do que disse à época dos fatos, e nega que ouviu o barulho de um murro. Vargas agora sustenta que esta situação nunca existiu.

A juíza Gelzi A. Souza questiona, reproduzindo as perguntas dos jurados:

- Como foi que a senhora perdeu o controle do carro?

Kátia Responde:

- Eu não sei

Se dá por encerrado o depoimento da ré e a palavra é passada à acusação. O Ministério Público terá até uma hora e meia para se pronunciar.

Kátia Vargas foi orientada a não interagir com os promotores.

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