
Empreiteiras investigadas estavam de olho na CPI da Petrobras
Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão ConteúdoAgentes da PF (Polícia Federal) responsáveis pelas investigações da operação Lava Jato apreenderam no escritório da UTC Participações, em São Paulo, anotações que mostram o interesse de algumas empreiteiras no andamento da CPI da Petrobras no Congresso. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (9).
Os documentos encontrados mostram que o senador e ex-presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) teria sofrido pressão da Construtora Norberto Odebrecht para não se aprofundar nas pautas da comissão. As anotações ainda dizem que os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Mario Couto (PSDB-PA) teriam sido escolhidos por Aécio para “fazer circo”.
Ainda segundo os papéis apreendidos pela operação Lava Jato, as empreiteiras não estariam tão preocupadas com o andamento da CPI. Uma das anotações diz que no Senado a apuração estava esvaziada e que o problema maior seria no Judiciário. E ainda destacava que objetivo da CPI não era apurar, somente “gerar noticiário”.
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Materiais também foram encontrados em outras empreiteiras investigadas na Lava Jato, segundo a reportagem, e comprovariam que executivos estavam acompanhando de perto o andamento da CPI.
Defesa
A assessoria do PSDB se manifestou e negou a acusação de que Aécio Neves teria sido procurado por empreiteiras. Segundo o partido, o senador foi um dos parlamentares que lideraram os trabalhos para a instalação da CPMI da Petrobras no Congresso.
Ainda de acordo com a resposta do partido, os senadores Álvaro Dias e Mario Couto, citados como “senadores combativos”, teriam sido indicados por Aloysio Nunes, líder da sigla na Casa.
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