Ao se deparar com machismo, funcionária pública avisa: “Eu sou mais macho que muito homem”
Andrea Silva não abre espaço para o preconceito nem dentro, nem fora de casa
Brasil|Giorgia Cavicchioli, do R7
Profissional, dona de casa, mulher e mãe de duas meninas. Essas são apenas algumas funções de Andrea Silva. Aos 37 anos, a funcionária de um dos maiores bancos públicos do País tenta conciliar a vida profissional e pessoal.
Assim como muitas outras mulheres no Brasil, Andrea acumulou funções ao longo dos anos e precisa dividir seu tempo e energia. Mesmo reconhecendo que o machismo existe, Andrea diz que “não abre espaço” para ele.
— Não tem esse “mimimi”. Eu sou mais macho que muito homem. E eu prefiro resolver as coisas sozinha. Eu acho até que a mulher tem uma flexibilidade maior.
Com tantas funções acumuladas, a funcionária pública diz que, antes de se casar, pensava que seria mais fácil administrar a casa com “alguém para ajudar”. Mas ela diz que um dos motivos para sua separação foi o machismo que está “enraizado no homem”.
— No único casamento que eu tive, senti essa coisa enraizada no homem. De ele querer ser o mantenedor, ou a pessoa que decide e que resolve. Como eu fui criada sem pai, tive filha muito nova, eu vi que isso não dá certo. No lado pessoal, eu senti isso. É um dos motivos que terminou e eu digo que não caso mais.
No Dia Internacional da Mulher, Bolsonaro recua e diz: “Nenhuma mulher merece ser estuprada”
Leia todas as reportagens publicadas pelo R7 em homenagem ao Dia Internacional da Mulher
Porém, Andrea diz que não sente a mesma dificuldade em relação ao machismo no ambiente de trabalho, em sua análise, muito por conta da maneira como ela se impõe em ralação ao seu cargo.
— Eu não sinto muito esse machismo, mas eu trabalho em um banco público. Com a minha imposição, com a forma como eu conduzo a minha vida, eu passo por cima.
Para ela, a mulher também precisa aprender a fazer as atividades do cotidiano sem a necessidade de um homem para ajudar.
— Arrumar o carro, trocar o pneu do carro... Se informe e faça.
Ela diz que boa parte do preconceito em relação a uma mulher arrumando um carro, por exemplo, foi criado pela sociedade, que diz que o homem é quem deve cuidar da máquina. Segundo ela, buscando informação, a mulher também consegue fazer a mesma função que o homem na manutenção do veículo.
Andrea considera que o problema do machismo só pode ser combatido com uma mudança de mentalidade por parte da sociedade. E, para ela, isso começa dentro de casa, com a educação que a mãe dá para os filhos, “principalmente quando a mulher for mãe de menina, [é preciso] mudar essa cabeça”.
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no próximo dia 8, o R7 publicará uma série de reportagens dedicada a elas. Acesse o portal neste sábado (7) e descubra quem são as mulheres que, como Dilma Rousseff, governam seus países.















