O ex-prefeito, ex-governador de São Paulo e atualmente deputado federal afastado do cargo Paulo Maluf (PP-SP) desembarcou às 13h40 desta sexta-feira (30), na capital paulista e seguiu direto para sua casa, no Jardim América, bairro nobre da cidade, onde cumprirá prisão domiciliar. Maluf foi condenado em maio passado a sete anos e nove meses de prisão por desviar US$ 15 milhões da Prefeitura de São Paulo, enquanto era prefeito, e por movimentar essa quantia entre 1998 e 2006 em contas na Ilha de Jersey, paraíso fiscal localizado no Canal da Mancha (Europa). O cumprimento da pena, em regime fechado, foi determinado em dezembro pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), levando o político para a reclusão na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Desde então, seus advogados tentam tirá-lo da prisão alegando fazões humanitárias e de saúde. O político tem problemas cardíacos, diabetes e câncer de próstata, segundo a defesa. Nos três meses em que permaneceu preso, Maluf esteve na ala dos idosos da penitenciária, dividindo cela com um médico. Ele usava fraldas geriátricas e cadeira de rodas. Na última quarta-feira (28), Maluf foi internado no Hospital Ortopédico e Medicina Especializada (Home), na capital federal, após sentir fortes dores na coluna. No mesmo dia, o ministro Dias Toffoli, do STF, concedeu a ele o direito de cumprir a prisão em casa. Segundo boletim médico divulgado nesta sexta, Maluf já melhorou das dores nas costas, mas foi detectada uma infecção no pulmão esquerdo. Os médicos receitaram antibióticos e o deputado deverá continuar o tratamento em São Paulo, com a realização de novos exames. Ele recebeu alta do hospital e se dirigiu diretamente ao aeroporto de Brasília, embarcadando para São Paulo em voo fretado acompanhado de um médico, um advogado e seu assessor pessoal. A defesa de Maluf deverá pedir nos próximos dias que o STF ou o juiz de execução penal autorize o parlamentar a fazer novos exames em um hospital paulistano. "Ele ainda está debilitado. O ideal seria que ele fosse diretamente ao hospital para exames. Isto será requisitado ao STF e ao juiz responsável pela execução penal", disseram os advogados Ricardo Tosto, Kakay e Jorge Nemr em nota divulgada nesta tarde. Maluf só pode se ausentar de casa com permissão da Justiça. A decisão do ministro Toffoli não tem qualquer menção ao uso de tornozeleira eletrônica ou qualquer outra medida, como entrega de passaporte.
