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Após contestação, Marinha segue várias linhas de investigação

De acordo com a Marinha do Brasil, foram identificados 30 navios de 11 bandeiras diferentes de passagem pela área investigada

Brasil|Do R7

Polícia investiga responsáveis por derramamento de óleo no litoral brasileiro
Polícia investiga responsáveis por derramamento de óleo no litoral brasileiro

Após a organização americana Skytruth contestar as acusações da Polícia Federal de que o derramamento de óleo que atinge o litoral brasileiro desde agosto teria sido causado por um navio grego, a Marinha disse, na noite desta sexta-feira (15), trabalhar "em diversas linhas de investigação". Reforçou, no entanto, a suspeita sobre a embarcação europeia.

Conforme a Marinha, foram identificados 30 navios de 11 bandeiras diferentes de passagem pela área investigada, e foi solicitada a apuração pelas autoridades marítimas desses 11 países sobre as embarcações. Em paralelo, a Polícia Federal levantou o tráfego marítimo de três navios em uma área com manchas de óleo, sendo que apenas um deles transportava petróleo cru.

Veja também: Grupo dos EUA não vê elo entre navio grego e óleo no Brasil

“As investigações prosseguem com apoio de instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. Todos os recursos disponíveis serão empregados, até que as circunstâncias e a fonte causadora de crime sejam elucidadas”, afirmou a nota.


No dia 2 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Mácula e cumpriu mandados de busca e apreensão em duas empresas no Rio — na Lachmann Agência Marítima e na Witt O Brien's — que teriam relação com a Delta Tankers, companhia grega que negou ser autora da tragédia e se dispôs a colaborar com as investigações brasileiras. O governo divulgou o nome da empresa grega e, ao menos por enquanto, não recuou em relação à suspeita sobre o navio europeu.

Nesta semana, a organização americana Skytruth — empresa especializada em análises do mar via satélite e que reúne, entre seus fundadores, diversas empresas e organizações, como Google e Oceana — divulgou estudo demonstrando que o navio grego que até então era tido como o principal suspeito pelo desastre não figuraria entre os alvos que teriam originado o derramamento.


A Marinha lembrou nesta sexta que usou estudos oceanográficos das correntes marinhas para determinar uma área de investigação de onde pudesse haver dispersão de óleo para abranger toda a área afetada.

O CHM (Centro de Hidrografia da Marinha) utilizou modelos próprios e outros modelos de dispersão desenvolvidos pelas seguintes instituições: Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Furg (Universidade Federal do Rio Grande), Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), além da NOAA (sigla em inglês de Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos).


A Marinha citou que foram retiradas amostras de petróleo de todos os poços de exploração na área investigada, ainda que “seja remota a probabilidade de haver óleo com as características” do óleo achado nas praias. Segundo a Marinha, tampouco houve afundamentos recentes.

Além disso, todos os afundamentos antigos de navios na área também estão sendo investigados, “ainda que a probabilidade também seja muito baixa”. Segundo a Marinha, os tambores de óleo encontrados na costa também têm características distintas do óleo cru que aparece nas praias.

A Marinha reiterou ainda que as amostras coletadas e analisadas pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e Petrobrás atestaram que o óleo encontrado em diferentes praias do Nordeste possui características semelhantes, e coincide com o extraído em campos da Venezuela. “Como contraprova, foram emitidas amostras desse óleo para análise por instituições no exterior, a fim de ratificar suas características e origem”, acrescentou o documento.

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