Milhares saíram às ruas de várias cidades do país neste sábado (29) para protestar contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, em manifestação convocada por mulheres.
No Largo da Batata, em São Paulo, uma das maiores concentrações, crianças e idosos eram vistos em meio à multidão.
"Não quero um presidente que prega violência e se vale de um discurso sem profundidade e preconceituoso", disse à Reuters a cineasta Ana Poeta na capital paulista.
Houve manifestações também em cidades fora do Brasil.
"Estamos, hoje, juntas e de cabeça erguida nas ruas de todo o Brasil porque um candidato à Presidência do país ameaça nossas conquistas e nossa já difícil existência. Estamos na rua porque seu programa político econômico é um retrocesso", diz um dos trechos do manifesto de mulheres contra Bolsonaro.
Numa onda semelhante ao “#MeToo”, em que mulheres cobram punições a autores de assédio e direitos iguais aos dos homens, grupos em redes sociais com milhões de seguidores começaram a pregar o “#EleNão”, voto contra Bolsonaro nas eleições. Artistas populares como Daniela Mercury também se engajaram ao movimento.
Bolsonaro recebeu alta do hospital neste sábado, 23 dias após ser esfaqueado.
De acordo com a organização do evento, o ato reuniu cerca de 200 mil manifestantes. A Polícia Militar não fez estimativa e informou que não foram registradas ocorrências relevantes.
Participaram da manifestação representantes de partidos políticos, movimentos sociais e ativistas de diversas áreas. Estiveram presentes também alas das torcidas do Corinthians e do Palmeiras.
Por volta das 17h30, a passeata começou a se movimentar pela Avenida Faria Lima, em direção à Avenida Paulista. Um grupo de mulheres entoava palavras de ordem contra o candidato do PSL.