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BC não está satisfeito com ritmo de queda dos juros do crédito

Afirmação foi feita pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado

Brasil|Da Agência Brasil

Goldfajn participou de audiência nesta terça-feira
Goldfajn participou de audiência nesta terça-feira Goldfajn participou de audiência nesta terça-feira

Os juros do crédito e o spread bancário, diferença entra a taxa de captação do dinheiro pelos bancos e a cobrada dos clientes, estão em tendência de queda, em consistência com a redução da taxa básica de juros, a Selic. A avaliação é do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos, no Senado.

“Isso não significa que estamos satisfeitos com a velocidade da queda da taxa de juros bancários. Queremos que a redução seja mais rápida, para que tenhamos logo crédito mais barato para famílias e empresas”, disse o presidente do BC.

Goldfajn argumentou que “esse é um assunto da maior importância” para o BC. “O objetivo é atacar, de forma estrutural, não voluntariosa, todas as causas que tornam o custo de crédito alto no Brasil”, afirmou.

O presidente do BC acrescentou que a instituição tem atuado para enfrentar essas causas: custo operacional e regulatório do sistema financeiro, a falta de boas garantias, a necessidade de mais informação no sistema, os subsídios cruzados (parte dos clientes bancários, como os depositantes de caderneta de poupança e tomadores de crédito com juros mais altos, estariam bancando empréstimos mais baratos, como o imobiliário e o rural), os altos compulsórios [parte do dinheiro depositado que os bancos são obrigados a recolher ao BC] e a necessidade de estimular a concorrência.

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O presidente do BC destacou medidas já adotadas para reduzir o custo do crédito, como a melhora de garantias por meio da regulamentação da Letra Imobiliária Garantida (LIG). Goldfajn também citou a recente redução de compulsórios, o que diminui custos para os bancos, e a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), mais alinhada com os juros do mercado.

“Além de proporcionar maior potência à política monetária e reforçar a queda da taxa de juros estrutural, por ser uma taxa de mercado, a TLP incentiva o financiamento privado de longo prazo e o desenvolvimento do mercado de capitais”, disse.

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Goldfajn citou ainda as alterações no rotativo do cartão de crédito, limitado a 30 dias, e as alterações no cheque especial, anunciadas nesta terça-feira (10) pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), com medida de auto-regulação. “Por serem produtos de taxas mais elevadas, no Brasil e no mundo, o Banco Central está trabalhando em medidas para reduzir o seu custo”, disse Golfajn.

Para o presidente do BC, é preciso também haver o “empoderamento das instituições pequenas e médias” para aumentar a competição no sistema financeiro. “Temos mais de uma centena de bancos pequenos e médios, e um número ainda maior de cooperativas (cerca de mil instituições)”, disse. Ele citou que foi feita a segmentação e a proporcionalidade da regulação prudencial para essas instituições. “A segmentação e a proporcionalidade permitem mais agilidade às instituições menores e aumentam a competição”, disse.

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Incentivo às fintechs

Goldfajn também afirmou que é preciso incentivar as fintechs (empresas de inovação no sistema financeiro) para “permitir maior competição no sistema e o surgimento de soluções adequadas às demandas atuais dos clientes e de novos modelos de negócio, com redução de custos em várias áreas. Temos adotado uma postura de deixar entrar, deixar competir e regular apenas quando necessário”, disse. Ele acrescentou que as regulamentação das fintechs de crédito será feita neste ano.

O presidente do BC citou ainda uma série de outras medidas, como a redução de custos para os lojistas com o pagamento por meio do cartão de débitos, que começará a valer em outubro deste ano.

“Com a medida, a expectativa é que a redução seja repassada pelo credenciador ao estabelecimento comercial e deste para o consumidor, por meio da concorrência e, também, da possibilidade de diferenciação de preços”, disse.

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