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Bolsonaro chama ditadura militar brasileira de “intervenção democrática”

Regime autoritário teve ação de civis e militares e deixou centenas de mortos e desaparecidos

Brasil|Do R7

Os militares comandaram o Brasil entre 1964 e 1985, período em que 434 pessoas foram assassinadas ou desapareceram, segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade. Apesar disso, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) publicou nesta terça-feira (31) que a ação dos militares não passou de uma “intervenção democrática”.

Ex-militar da reserva, o parlamentar publicou hoje em um blog pessoal uma imagem e um texto celebrando o dia 31 de março de 1964, data do golpe militar contra o então presidente João Goulart.

Bolsonaro utiliza alguns recortes de jornais à época para mostrar o apoio da imprensa à tomada de poder pelos militares.

“Aos que gostariam de conhecer e aos que não se interessam sobre a outra face da história do Brasil, segue acima alguns recortes de manchetes dos principais jornais brasileiros relativos à intervenção democrática dos militares no Governo João Goulart em 1964, após veementes apelos de centenas de milhares de brasileiros nas ruas do Rio de Janeiro com a ‘Marcha da Família Pela Liberdade’”, escreveu o parlamentar.


Na imagem publicada, Bolsonaro aparece do lado de fora do Congresso Nacional em frente a uma faixa com os dizeres: “Parabéns Militares – 31/março/64 – Graças a vocês o Brasil não é Cuba”.

No texto, Bolsonaro explica que os militares assumiram o poder por “pressão do povo” e que, em 1968, os opositores começaram a colocar em prática o que aprenderam em Cuba e na China.


“As violentas investidas dos guerrilheiros seguem-se por anos, levando os militares a tomarem medidas enérgicas e prorrogarem seu Governo até 1986”, diz o deputado.

Segundo a Comissão Nacional da Verdade, os principais perseguidos da ditadura foram estudantes, jornalistas, sindicalistas, políticos, operários, líderes religiosos e trabalhadores rurais. Os assassinatos e torturas ocorreram em ao menos 230 locais.


Mais de 300 pessoas, entre militares, agentes do Estado e ex-presidentes da República, foram responsabilizadas por essas ações ocorridas no período que compreendeu a investigação.

O documento da CNV, apresentado em dezembro, diz que a repressão ocorrida durante a ditadura foi usada como política de Estado, “concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares”.

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