O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, em Brasília
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO 30/07/2021O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer ataques ao sistema eletrônico de voto, após admitir, nesta quinta-feira (29), que não tem provas de fraudes em eleições. "Estão defendendo não ter o voto auditável como se fosse a própria vida?", disse o presidente a apoiadores nesta sexta (30) na saída do Palácio da Alvorada.
Ele citou ainda uma possível defasagem das atuais urnas eletrônicas.
"Por que a reação em ter um sistema confiável de apurar voto? Estão defendendo não ter o voto auditável como se fosse a própria vida. Será que não é? Alguns países têm voto eletrônico, mas urnas de primeira, segunda geração", afirmou o chefe do Executivo.
Na apresentação feita pelo presidente na quinta, um homem diz ser fácil adulterar o resultado das urnas por meio de alteração do código-fonte. Conforme informou o Estadão/Broadcast, a informação é falsa. O dispositivo é desenvolvido por equipe restrita do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e tem mecanismos de segurança capazes de impedir o funcionamento das urnas com arquivo modificado.
De acordo com informações do TSE, as urnas eletrônicas mantiveram apenas a aparência desde 1996. Em 2008, todos os modelos foram trocados por versões com alteração tecnológica. Antes disso, houve pelo menos três atualizações do sistema de funcionamento do software dos equipamentos.
O presidente voltou a admitir que o país passa por uma das maiores crises hídricas da história, mas fez ressalvas. Segundo ele, não havia como evitar o problema, por se tratar de fenômeno provocado por causas naturais. "Não fujo da minha responsabilidade, mas não tenho como lutar contra a natureza", afirmou.
Bolsonaro se refere à falta de água nos reservatórios das hidrelétricas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por aproximadamente 70% da capacidade de armazenamento para geração de energia do País. O Brasil atravessa a pior crise hidrológica dos últimos 91 anos.
Questionado sobre o aumento do preço do aço, Bolsonaro culpou a pandemia do novo coronavírus ao afirmar que o movimento ocorreu no mundo inteiro. "Isso é mercado, não posso interferir, o problema é no mundo todo", justificou. "O mundo todo está consumindo mais, China está comprando mais", disse em seguida.