Bolsonaro diz que dinheiro de loterias bancará segurança pública
Presidente eleito deu entrevista exclusiva à RecordTV na manhã desta quarta-feira (14) e defendeu aprovação de medida provisória sobre o tema
Brasil|Giuliana Saringer, do R7
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em entrevista exclusiva à RecordTV na manhã desta quarta-feira (14), que o dinheiro arrecadado nas loterias será utilizado para reforçar o orçamento da segurança pública no país.
Bolsonaro admitiu que haverá "um percentual a mais" para o setor.
"É um dinheiro novo, outra fonte. As loterias são fatiadas, um percentual vai para cada lugar. Teria um percentual a mais para exatamente a questão da segurança pública no Brasil. É uma medida provisória, tem prazo para expirar, por isso vai fazer parte do café da manhã com o Rodrigo Maia" [Bolsonaro se reúne com o presidente da câmara nesta quarta (14) para falar sobre pautas-bomba], afirmou.
A aprovação da MP (medida provisória) é defendida por Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública. O texto prevê a destinação de recursos de loterias federais para a segurança pública, como forma de gerar recursos para as políticas públicas da pasta.
Após reunião com Bolsonaro, Moro é confirmado ministro da Justiça
Segundo esse acordo, do dinheiro que vem de todas as loterias, a segurança pegaria um porcentual de 13%, em vez dos 15% que estavam previstos. A diferença iria para a área do esporte, após pressão de parlamentares ligados ao setor. O acordo teria sido selado após conversa entre técnicos do governo, Caixa Econômica e parlamentares.
O presidente eleito reforçou a importância de ter um bom relacionamento com o Congresso Nacional para conseguir a aprovação das pautas de interesse do governo. Para Bolsonaro, é preciso contar com a colaboração de todos os parlamentares, inclusive dos que não foram reeleitos.
"O Brasil continua. Eu tenho dito. Estamos todos no mesmo barco, com ou sem mandato", afirma.
Assista à entrevista exclusiva:
Ministério do Trabalho
Bolsonaro defendeu que o mais importante é que a legislação trabalhista será preservada. "Não interessa se vai ter o status de ministério ou não vai ter", afirma. O presidente eleito criticou a atuação da pasta até o momento e reforçou que a estrutura atual será modificada.
"Esse ministério foi largamento usado para ações não republicanas ao longo dos últimos anos. É um festival de denúncias em cima desse ministério que fazia de tudo, menos se preocupar com o trabalho", diz. O presidente eleito afirma que ainda estão acontecendo discussões com a equipe de transição para decidir o novo formato do ministério do Trabalho.
"Não é apenas para enxugar, é para que ele [ministério] se coloque no local que merece ser colocado, com a fiscalização rígida em cima dele e pessoas técnicas para botar para funcionar", explica.
Agenda
O presidente eleito começou o dia em um café da manhã com Maia (DEM-RJ), que disputa a reeleição para comandar a Câmara dos Deputados na próxima legislatura, e que conduz uma série de votações ainda este ano.
Em seguida, Bolsonaro receberá visitas de embaixadores do Chile, Emirados Árabes Unidos, França e Reino Unido. Ele também vai se reunir com governadores eleitos.
À tarde, após uma reunião com o futuro ministro da Economia Paulo Guedes, o presidente eleito retorna ao Rio de Janeiro.