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Bolsonaro diz que 'não engoliu' suspensão de posse de Ramagem

Nomeação foi impedida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que acatou um mandado de segurança protocolado pelo PDT

Brasil|Giuliana Saringer, do R7

Bolsonaro pede coerência ao ministro do STF
Bolsonaro pede coerência ao ministro do STF

O presidente Jair Bolsonaro lamentou na manhã desta quinta-feira (30) a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF (Polícia Federal). 

"Eu não engoli ainda essa decisão do seu Alexandre de Moraes. Não é essa a forma de tratar um chefe do executivo que não tem uma acusação de corrupção que faz tudo o possível por seu país", afirmou. A nomeação de Ramagem foi suspensa pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na quarta-feira (29). 

Moraes acatou o pedido do PDT, feito por mandado de segurança. Uma das alegações que constam do mandado de segurança é a declaração do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que poderia haver interferência política na PF.

Bolsonaro disse estar "chateado" com decisão e que se Ramagem não pode ocupar a chefia da PF, também não poderia atuar na Abin (Agência Brasileira de Inteligência), atual setor do delegado. Para o presidente, a decisão de Moraes foi "política". 


"Senhor Alexandre de Moraes, aguardo uma canetada para tirar o Ramagem da Agência Brasileira de Inteligência, para ser coerente", disse a jornalistas. 

O presidente afirmou que o governo está discutindo um novo nome para ocupar a chefia da PF, mas que AGU (Advocacia-Geral da União) vai recorrer da decisão sobre Ramagem


"Estamos discutindo um novo nome, uma nova composição para a gente fazer com que a Polícia Federal reamente tenha isenção e ajude o Brasil com o trabalho que ela sempre fez desde a sua existência". 

Bolsonaro disse ainda que amizade não é "cláusula impeditiva" para a posse de alguma pessoa e que conheceu Ramagem após o segundo turno das eleições em 2018. Segundo o presidente, Moraes assumiu a cadeira no STF por amizade ao então presidente, Michel Temer. 

Sobre o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que deixou o governo na última sexta-feira (24), Bolsonaro disse que "ninguém nega o trabalho de Sergio Moro na Lava Jato, lá atrás, um excelente juiz, mas como ministro, lamentavelmente, deixou a desejar". 

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