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Bolsonaro fará 'enquete' sobre pena para maus-tratos a animais

Segundo o presidente, há lobby do "pessoal que defende animais" para ele aprovar a proposta. A primeira-dama tem feito campanha 

Brasil|Do R7

O presidente Jair Bolsonaro diz que fará enquete pelas redes sociais
O presidente Jair Bolsonaro diz que fará enquete pelas redes sociais

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai lançar uma espécie de enquete no Facebook para decidir se vai sancionar ou não a proposta que aumenta a pena para maus-tratos contra cães e gatos, aprovada pelo Congresso. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele contestou a punição aprovada no Congresso. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no entanto, tem feito campanha nas redes sociais pela sanção.

"O que eu pretendo fazer, vou colocar no meu Facebook o texto da lei para o pessoal fazer comentários. Só deixo avisado, quem for para a baixaria é banimento. Pode reclamar, a pena é excessiva, é grande, tem que sancionar, tem que vetar. Porque não é fácil tomar uma decisão como essa daí", disse o presidente.

Em seguida, Bolsonaro pediu a opinião da youtuber mirim Esther Castilho, que o acompanhou na "live". "Dá para você entender o que são dois anos de cadeia porque uma pessoa maltratou um cachorro? A pessoa tem que ter uma punição, mas dois anos... Dois a cinco anos?", comentou Bolsonaro.

A menina de dez anos não concordou, dizendo achar pouco. "Eu acho que é muito pouco (a pena), viu. A gente tem que cuidar do animal, não tem que maltratar ele", afirmou a youtuber.


Atualmente, a legislação prevê detenção de três meses a um ano e multa para maus-tratos contra animais e, se a agressão resultar em morte, a punição é aumentada de um sexto a um terço. Com o projeto, quando se tratar de cão ou gato, a pena será de dois a cinco anos de reclusão, multa e proibição da guarda.

O projeto foi aprovado na quarta-feira (9), pelo Senado e depende apenas de sanção de Bolsonaro para virar lei.


Em outro momento, Bolsonaro fez uma comparação de que a pena para abandono de incapaz, como um bebê recém-nascido, é de seis meses a três anos. Ele questionou, então, a opinião do presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, que avaliou que as duas penas para os diferentes crimes são baixas, já que considera que os animais também são "incapazes".

Lobby da primeira-dama


Em seu perfil no Instagram, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, postou na noite de ontem uma foto de Bolsonaro com um cachorro e defendeu a sanção da lei. "Fazendo charme para o meu papai @jairmessiasbolsonaro sancionar a PL1095 para nos proteger de maus-tratos. #sancionaPL1095", postou Michelle.

Na segunda-feira (7), o presidente e a primeira-dama visitaram uma feira de adoção de cachorros montada em frente ao Palácio da Alvorada. O evento foi apoiado por Michelle Bolsonaro, que também esteve no local. Em junho, Michelle anunciou que adotou um cachorro, resgatado nos fundos da residência oficial, mas dias depois teve que devolvê-lo ao descobrir que o cãozinho já tinha dono. O animal, que originalmente se chamava Zeus, chegou a ganhar o nome de Augusto Bolsonaro e um perfil no Instagram.

Segundo Bolsonaro, há lobby do "pessoal que defende animais" para ele sancionar a proposta que aumenta a pena. Ele também citou, no entanto, que existem pessoas próximas a ele reclamando que a nova pena seria "muito alta". "Quem aí maltrata animais, a pena vai passar de dois anos para cinco anos de reclusão. É cana. Isso se eu sancionar isso aí", disse Bolsonaro durante a transmissão.

Cão sarnento e dia do gordinho

O presidente também citou situações de cachorros que vivem no campo e, lembrando que já morou em fazenda, afirmou que muitas vezes os animais aparecem na propriedade.

"Pessoal do campo tem que tomar cuidado. Às vezes o cachorro nem é teu. Vem o fiscal e vê o cão sarnento: dois a cinco anos de cadeia", afirmou. "É comum a gente ver no campo um cachorro magro aparecendo as costelas. E aí? Dois a cinco anos de cadeia."

Na sequência, o presidente fez piada com o sobrepeso do assessor especial da Presidência Tércio Arnaud, que integra o chamado "gabinete do ódio", grupo coordenado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho “02” do presidente, e responsável por cuidar das redes sociais de Bolsonaro.

"Estou vendo o Tércio aqui, que deve pesar o que? Umas sete arrobas, né, Tércio? Eu estou vendo aqui na internet que hoje é dia do gordinho. É verdade?", afirmou. "O gordinho pode salvar sua vida? Como?", questionou o presidente, dirigindo a pergunta novamente a Esther.

"Ah, tipo assim: surge um urso, aí ele corre, corre, corre. Quem vai correr mais?", respondeu a youtuber, "Você que é magrinha", respondeu Bolsonaro. "O urso vai pegar o gordinho e vai salvar sua vida. Se for comer o Tércio o urso vai passar mal. É muita gordura.", completou o presidente, aos risos.

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