Bolsonaro ironiza oposição e pede inquérito sobre outras doenças
Para presidente, lockdown é arma da esquerda para fins políticos e diz que, se Haddad estivesse no cargo, já teria adotado medida
Brasil|Do R7
Um dia após o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmar a anulação das sentenças do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a conversa diária com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada para atacar a oposição.
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"Falei na minha live que a Caixa Econômica Federal, apesar de termos diminuído os juros, teve o lucro quadruplicado. [Antes] Era roubalheira. Mas tem gente que está com saudade disso, né", ironizou o chefe do Executivo nacional em referência a governos que o precederam.
Depois de condenar a possibilidade de Lula ser candidato em 2022 agora que voltou a ser elegível, Bolsonaro mirou suas críticas a Fernando Haddad, candidato derrotado por ele no segundo turno das últimas eleições presidenciais. "Se fosse o poste presidente, teria um lockdown nacional, como se fazem por aí, usando o vírus para fins políticos", em uma referência pejorativa ao petista.
O presidente atacou também seu principal desafeto político no momento, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que adota no estado medidas de distanciamento social para frear a disseminação do novo coronavírus.
"Hoje o presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), [coronel da reserva da PM paulista], Mello Araújo, tem mais uma missão. Ele deve estar em duas aldeias indígenas uma hora dessas a 100 quilômetros da capital. Os índios viviam de artesanato. Graças a aquela figura lá em SP, esse pessoal está na miséria. Então está levando lá vários caminhões, mantimentos para eles. O governador devia fazer isso, já que ele quer fechar."
Durante a conversa com os apoiadores, o presidente afirmou ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, um inquérito de mortes em decorrência de outras doenças nos últimos cinco anos. Segundo o presidente, outras enfermidades estão com números subestimados.
"Pedi em público para o ministro da Saúde apresentar, na próxima a reunião, quantas pessoas morreram nos últimos cinco anos de cada doença. Tem certas doenças que não morre mais ninguém. O vírus matou o mosquito da dengue", ironizou.
Bolsonaro voltou a demonstrar irritação com as críticas a respeito de sua postura em relação ao "tratamento precoce" contra a covid-19, que não tem eficácia científica comprovada. "Criminalizaram o tratamento precoce, o tratamento imediato. Estão processando ministro da Saúde nosso por causa da cloroquina, que é usada há muito tempo para a malária. Não existe excesso de produção aqui", afirmou. "A ivermectina mata verme? Então, entendi porque a esquerda é contra."