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Bolsonaro queria "sangue novo" na PF, diz ministro Luiz Eduardo Ramos 

Ministro é da Secretaria de Governo e foi apontado por Moro como uma das testemunhas das intenções de Bolsonaro em interferir na Polícia Federal

Brasil|Márcio Neves, do R7

Luiz Eduardo Ramos é ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro
Luiz Eduardo Ramos é ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro

O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, afirmou em depoimento a Polícia Federal, nesta terça-feira (12), que a intenção do presidente Jair Bolsonaro em trocar o comando da Polícia Federal era para ter "sangue novo" na corporação. Segundo ele, o governante acreditava que essa troca poderia "mudar o ritmo de trabalho da PF".

Ramos também afirmou que o presidente se "ressentia da quantidade de operações e relátorios que a Polícia estava produzindo em todo o país".

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Em seu depoimento, o ministro destaca ainda que Bolsonaro não teria afirmado na reunião com a equipe de governo que trocaria o diretor-geral da Polícia Federal ou o Superintendente da PF no Rio.


O general ainda relatou que tentou mediar uma solução para evitar que Moro pedisse demissão do cargo, e o ministro teria apresentado o então diretor executivo da PF, Disney Rosseti, como único nome aceitável por ele em uma troca de comando.

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O depoimento aos policiais federais foi realizado no Palácio do Planalto, durou cerca de 7 horas e foi acompanhado por representantes da PGR (Procuradoria Geral da República), da AGU (Advocacia Geral da União) e de um dos advogados que representa Sérgio Moro no processo.

Ramos também foi apontado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro como uma das testemunhas no inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga uma suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro interferir na Polícia Federal.


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Em outras salas, também no Palácio do Planalto e no mesmo horário, depuseram os ministros Walter Braga Netto, da Casa Civil, e o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.

Hoje pela manhã, Moro, representantes da AGU, da PGR e do STF assistiram à reunião ministerial de 22 de abril, apontada pelo ex-ministro em seu depoimento, como prova das intenções de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.

Ontem já prestaram depoimentos o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, além de Alexandre Ramagem, atual diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e um dos indicados por Bolsonaro para substituir Valeixo, mas barrado pelo STF, e o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro Ricardo Saad.

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