O presidente Jair Bolsonaro reafirmou, na manhã desta sexta-feira (22), que a vacinação contra a covid-19 não será obrigatória. Mas, como foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) será distribuídas a todo o país.
"O pessoal falava que eu era contra a vacina. Eu era contra a vacina sem passar pela Anvisa, passou pela Anvisa eu não tenho mais o que discutir. Temos que distribuir a vacina."
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Segundo ele, o uso das vacinas é "só emergencial" e aconselhou os brasileiros a lerem a bula (no caso, os contratos) dos imunizantes para saberem o que estão tomando. O presidente vem reclamando que os laboratórios querem se eximir dos possíveis efeitos colaterais das doses.
Bolsonaro não soube dar dados novos sobre a chegada dos dois milhões de doses de vacina da Universidade de Oxford, que chega da Índia nesta sexta-feira (22), nem sobre quando os Estados receberão suas cotas do carregamento. Segundo o presidente, detalhes da logística ficam a cargo dos ministérios da Saúde e da Defesa.
Bolsonaro já declarou que não tomará nenhuma dose pelo fato de já ter sido infectado e, portanto, nas suas palavras, imunizado. Não há comprovação científica para a tese, uma vez que já foram registrados casos de reinfeccção, inclusive no Brasil.
A fala do presidente à imprensa ocorreu na saída do Palácio do Alvorada, após meses sem dar declarações a jornalistas em frente à sua residência oficial.
A uma repórter, ameaçou encerrar a entrevista após ser perguntado se continuava acreditando que apenas 50% da população brasileira iria se vacinar. Ele afirmou isso a apoiadores no início do ano, dizendo que a pesquisa foi feita por ele mesmo, na praia, nas ruas e nos locais que vinha frequentando.
Antes, ofereceu um café aos ruralistas. Bolsonaro não deu detalhes do encontro, mas disse trabalhar em conjunto ao setor, com apoio do Legislativo. "Nós podemos nos privar de muita coisa, mas de alimentação, não", disse, sobre os produtores.