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Bolsonaro volta a atacar governadores: 'Sanha ditatorial'

Em evento de entrega de títulos de terra no Pará, presidente criticou novamente fechamento de comércio para conter covid

Brasil|Do R7

Bolsonaro participou da cerimônia de entrega de títulos de propriedades rurais em Marabá, no Pará
Bolsonaro participou da cerimônia de entrega de títulos de propriedades rurais em Marabá, no Pará

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar governadores que adotaram a estratégia de fechamento de comércio na tentativa de conter a disseminação da covid-19 em seus estados. Segundo o chefe do executivo federal, as medidas afrontam o direito de ir e vir da população e não são recomendáveis, o que é contestado por especialistas em infectologia.

"Temos uma lei maior, que é a Constituição. Nosso direito de ir e vir, trabalho e liberdade de culto são sagrados. Lamento que muitos governadores usurparam disso e fecharam comércio, obrigaram o povo a ficar em casa, decretaram lockdown, também, toque de recolher. Tiraram o sustento dos mais humildes, que apavorados não tinham como sobreviver", afirmou durante cerimônia de entrega simbólica de títulos de propriedades rurais em Marabá, no Pará.

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"Essas atitudes, além de não recomendáveis, atingem a dignidade da pessoa humana. Este presidente que vos fala não fechou um botequim sequer. Muito pelo contrário, quando o povo começou a sentir necessidade pelo fechamento do comércio, criou o auxílio emergencial. Somente no ano passado, destinamos R$ 300 bilhões ao auxilio e isso equivale a 10 anos de Bolsa Família", completou.

O presidente afirmou ainda admitir que o Brasil "tem problemas" e convive com a inflação, mas se o homem do campo não tivesse trabalhado, não teríamos [apenas inflação], teríamos desabastecimento, o que é muito pior."


"Nós sentimos um pouco do que a sanha didatorial de alguns poucos governadores, que retiraram o direito de ir e vir de vocês, e essa nossa liberdade é o nosso bem maior, maior do que a nossa vida. Porque um homem e uma mulher sem liberdade não têm vida", disse.

Reforma agrária

De acordo com o governo federal, mais de 50 mil títulos de propriedade rural a beneficiários da reforma agrária e pequenos produtores do Pará foram entregues nos últimos dois anos. A cerimônia desta sexta-feira, portanto, foi simbólica. 


Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o estado do Pará tem a maior área de reforma agrária do Brasil: 244 mil famílias assentadas em 13 milhões de hectares de terra. 

Bolsonaro exaltou o feito atacando o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "Esses títulos distribuídos aqui são um direito de vocês: 50 mil no estado. Agora, têm um pedaço de terra pra dizer que é seu e de sua família. Dessa forma afastamos as atividades nefastas do MST. A propriedade privada é sagrada."

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