Bolsonaro volta a atacar toques de recolher: 'Liberdade é sagrada'
A apoiadores em Brasília, presidente disse que "quanto mais gente vivendo de favor do Estado, mais dominado fica esse povo"
Brasil|Daniel Trevor, da Record TV
O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar governadores que estão adotando medidas mais severas de restrição na circulação de pessoas em seus territórios visando debelar a pandemia de covid-19. O chefe do Executivo nacional insistiu novamente que as medidas significam retirada da liberdade.
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"O que mais a gente tem de sagrado é a nossa liberdade. O pessoal não está dando bola... Parte da imprensa deturpou quando eu falei como é fácil impor uma ditadura no Brasil. E isso foi no ano passado que eu falei, naquela sessão que vazou lá... Pessoal vai devagar, devagar, tirando seus meios, tirando suas esperanças, tirando teu ganha pão, você passa a ser obrigado a ser sustentado pelo Estado", afirmou o presidente.
Ao se referir ao toque de recolher no Distrito Federal das 22h às 5h, que se inicia nesta sexta-feira em uma tentativa de conter a expansão do novo coronavírus, o presidente reafirmou que a medida se trata de um estado de sítio. O Distrito Federal está à beira de um colapso em seus hospitais.
Ao comentar fala de um dos apoiadores, que citou uma manifestação contra governadores que ocorrerá em Brasília neste domingo, Bolsonaro disse que o "pessoal tem que reconhecer o sacrifício que a gente faz".
"Então, o pessoal precisa saber o que está em jogo, o que se pode perder e não esperar que uma pessoa resolva os seus problemas. Esse problema é de todos nós", disse.
Para justificar a necessidade de se abandonar as medidas de isolamento social e ao auxílio emergencial do governo federal e medidas semelhantes estudadas por governos regionais, o presidente disse que "quanto mais gente vivendo de favor do Estado, mais dominado fica esse povo".
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou de quarta para quinta-feira (11) 2.233 mortes decorrentes da covid-19. No total, o país contabiliza 272.889 óbitos. São 75.412 casos confirmados em 24 horas e 11.277.717 desde o início da pandemia.