Os brasileiros pretendem que o próximo presidente da República não trabalhe para que a prática do aborto deixe de ser crime, de acordo com dados divulgados pela “Pesquisa de Opinião Pública — As Características Ideais do Futuro Presidente do Brasil”, encomendada ao instituto Real Time Big Data e divulgada pela RecordTV e pelo portal R7. Segundo a pesquisa, 70% dos eleitores disseram que o próximo presidente não deveria trabalhar para que o aborto deixe de ser crime. Os outros 30% são favoráveis. Ainda sobre o aborto, 75% dos homens são contrários e 25%, favoráveis. Já entre as mulheres, 69% são contra e 31%, a favor. A pesquisa também perguntou aos brasileiros sobre a venda da maconha no país. Para 74% dos entrevistados, o próximo presidente não deve trabalhar para liberar a venda da maconha, enquanto 26% deles disseram que sim. Entre aqueles que são contrários à descriminalização da maconha, 70% são homens e 77%, mulheres. De acordo com o coordenador da pesquisa Bruno Soller, o perfil conservador dos eleitores faz com que os temas considerados apresentem tais dados. — Por mais que os jovens sejam menos conservadores do que os mais velhos nas questões como o aborto e a legalização da maconha, ainda assim é majoritário o conservadorismo entre eles também. Ainda para Soller, essas questões estão atreladas à fé do eleitor brasileiro. — Esses aspectos batem muito com a fé. O brasileiro é muito religioso. Quase todos, entre católicos e evangélicos, batem muito com esses índices sociais e são contrários ao aborto. Sobre a maconha, muitas mães são preocupadas com os filhos, por isso reprovam a liberação. Elas que puxam essa tendência para cima.Casamento LGBTI+ Os entrevistados também revelaram suas preferências sobre o casamento entre pessoas LGBTI+. Segundo a pesquisa, 64% disseram que o próximo chefe do Poder Executivo não deveria trabalhar para que fosse permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 36% se mostraram favoráveis. Entre os homens, 59% são contra e 41%, a favor. Já entre as mulheres, 69% são contrárias e 31%, favoráveis.Maioridade Penal Para 92% dos entrevistados, o presidente eleito deveria trabalhar para reduzir a maioridade penal para 16 anos. Apenas 8% são favoráveis em manter a maioridade nos 18 anos. Sobre esse assunto, 93% dos homens querem que o presidente trabalhe para abaixar a maioridade penal e 7%, não. Já entre as mulheres, 90% disseram que sim e 10%, não. O coordenador da pesquisa diz acreditar que a maioria da população quer a redução da maioridade penal devido à crise de segurança. — A crise de segurança que estamos vivendo no Brasil inteiro influencia essa decisão. Isso faz com que o brasileiro queira essa redução. Sempre aparece aquela questão de que a pessoa pode votar com 16 anos e não pode ser preso. Por isso, o brasileiro quer que endureça a redução penal. Um candidato que tiver um discurso brando de segurança pública, não tem muita chance de ser eleito.Metodologia da pesquisa A pesquisa foi feita por telefone entre os dias 6 e 8 de junho deste ano. Encomendada pela RecordTV, a pesquisa ouviu 2.000 pessoas e a margem de erro é de 3 pontos percentuais. Soller explica que a pesquisa conta com um sistema de verificação dos perfis entrevistados. — Na metodologia, usamos um sistema nosso chamado Real Check. Das amostras, 10% são verificadas pelo comportamento das pessoas entrevistadas nas redes sociais, para que tenhamos mais precisão nas informações. Se virmos que o comportamento é diferente das respostas, desconsideramos da amostra.