Candidatos apostam em "semana decisiva" para chegar ao 2º turno
Oito presidenciáveis participaram na noite deste domingo (30) do debate na RecordTV, a uma semana da votação do primeiro turno
Brasil|Diego Junqueira, Fernando Mellis, Juliana Moraes e Thais Skodowski, do R7, em São Paulo
Faltando menos de uma semana para o primeiro turno das eleições, os candidatos à Presidência que participaram do debate da RecordTV neste domingo (30) minimizaram as pesquisas de opinião na reta final de campanha. Eles apostam nos eleitores indecisos para alcançar o segundo turno.
A última pesquisa Datafolha, publicada na sexta-feira (28), indica que os eleitores indecisos somam 5% do eleitorado. O levantamento também mostra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) mais próximos do segundo turno, com 28% e 22% das intenções de voto.
Minuto a minuto: saiba em detalhes como foi o debate da RecordTV
Logo após o debate da RecordTV, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), que aparece com 2% das intenções, disse que vai crescer ao longo desta semana. Ele afirma que os eleitores ainda não conheceram sua história nem suas propostas. "No momento em que a população tome conhecimento disso, que nós tenhamos condições de fato de levar até a maior parte dos eleitores a história de tudo aquilo que já fiz e vou fazer pelo país, tenho certeza que haverá uma mudança grande", diz. Meirelles afirma que o partido ainda não pensa em segundo turno. "Absolutamente não, porque temos segurança que nós teremos condições de entrar no segundo turno".
O tucano Geraldo Alckmin, que no último Datafolha apareceu empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT) na terceira colocação — 11% e 10%, respectivamente —, disse que não vai mudar a estratégia na reta final de campanha. "Não vou fazer mudanças. O que hoje todo mundo pregou aqui, que não deve ter nenhum dos dois lados radicais, eu tenho alertado há dois meses". O ex-governador de São Paulo diz que ainda tem chances de chegar ao segundo turno. "23% dos eleitores ainda não definiram seus votos e até mesmo aqueles que têm simpatia por um candidato ou outro podem mudar o voto. Se você pegar as últimas eleições, as mudanças foram nos últimos dias", completou.
Haddad preferiu não falar sobre expectativas em relação ao segundo turno. "Não sou eu que faço prognóstico. Candidato trabalha, quem faz prognóstico é analista, cientista político...". Questionado sobre o fato de ter sofrido ataques de todos os adversários durante o debate e a possibilidade de isso se repetir nesta semana, o ex-prefeito de São Paulo minimizou. "Eu acho normal. A gente tem um apoio grande, tem crescido nas pesquisas. Sem arrogância, é natural isso [ataques] acontecer".
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) destacou que a eleição se decide na última semana e que ele será o "terror dos institutos de pesquisa". "Nas democracias maduras, o povo decide muito perto da eleição. Essa é a hora que vão prestar atenção. Esse é o debate de maior audiência até agora, e as pessoas vão começar a conversar durante essa semana", declarou. Ciro afirmou que as pesquisas revelam "um retrato do momento" e que "há fenômenos muito poderosos interagindo hoje no Brasil". "Nunca entrei nisso porque sou favorito, nunca fui, mas eu interpreto com muita fidelidade aquilo que o Brasil de fato está procurando", disse.
O senador Alvaro Dias (Podemos) não acredita que o segundo turno esteja definido. "O eleitorado sempre aguarda o último momento para tirar todas as dúvidas. A maioria da população brasileira ainda tem dúvidas e nós sabemos que com inteligência e lucidez, o eleitor vai votar melhor para esquecer os fantasmas da esquerda e da direita". Para o candidato, o eleitorado precisa escolher entre opções experientes e sem problemas na Justiça. "O que importa para o país é competência, é qualidade, é postura ética. Essa deve ser a definição do eleitor, apostar na experiência administrativa e premiar a honestidade, a vida limpa, porque o Brasil foi jogado num lamaçal de corrupção", concluiu.
O candidato Guilherme Boulos, do PSOL, afirmou que é preciso aguardar os próximos sete dias. "O importante é que eleição não é corrida de cavalo para as pessoas escolherem quem está na frente. As pessoas têm que votar no projeto que elas acreditam, fortalecer as bandeiras que elas acreditam para o Brasil. A eleição tem dois turnos. No segundo turno você vota contra quem você não gosta. No primeiro turno você vota em quem você acredita, num projeto que plante sementes para o futuro, num projeto contra o sistema. Esse é o nosso projeto", disse.
Marina Silva (Rede) declarou que vai "denunciar o autoritarismo de esquerda e de direita" para chegar ao segundo turno. “Minha tática, nessa última semana, é denunciar o autoritarismo de esquerda e de direita. O de direita porque não respeita a democracia, não respeita as instituições, não respeita o direito das mulheres, dos negros, dos índios e que diz que vai governar para os fortes. E o autoritarismo de esquerda, que ameaça mudar a Constituição sem ter prerrogativas para isso, que já diz que vai controlar os meios de comunicação, quer controlar o poder judiciário. Não podemos abrir mão da democracia”, afirmou.
Já o candidato Cabo Daciolo (Patriota) diz que vai vencer as eleições presidenciais do próximo domingo (7) no primeiro turno. “Nós vamos vencer essa eleição em primeiro turno. Cabo Daciolo com 51% dos votos. Acredito no sobrenatural de Deus. O Espírito Santo vai fazer todos sonharem comigo e pensar no meu número. Até vão ter uns que vão pensar em um outro número, mas vão chegar lá na hora e apertar e confirmar meu número. Somos o próximo presidente da República porque estamos há três anos e meio falando a verdade para o povo”.