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Carlos Nuzman, presidente do COB, é alvo da Lava Jato por corrupção

Chefe do comitê olímpico teria comprado votos para Rio sediar os jogos

Brasil|Do R7

Nuzman foi levado para prestar depoimento na sede da PF no Rio
Nuzman foi levado para prestar depoimento na sede da PF no Rio Nuzman foi levado para prestar depoimento na sede da PF no Rio

A Polícia Federal fez buscas nesta terça-feira (5) na casa do presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman. O executivo está sob suspeita, após investigação iniciada na França, sobre pagamento de propina de US$ 1,5 milhão (R$ 4,6 milhões) para favorecer o Rio de Janeiro na escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A operação, chamada de Unfair Play ("Jogo Sujo", em português) é um desdobramento da Lava Jato. Além da PF, a operação contou com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil, e foi acompanhada por autoridades francesas.

O objetivo, segundo a PF, é desmantelar um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.

Ao menos 70 policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio, na capital fluminense, no município de Nova Iguaçu (RJ) e em Paris (França).

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As investigações, que já duram nove meses, apontam que os pagamentos teriam sido efetuados tanto diretamente com a entrega de dinheiro em espécie, como por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios e também por meio do pagamento de despesas pessoais. Também teriam sido realizadas transferências bancárias no exterior para contas de doleiros.

Segundo a Polícia Federal, há indícios de participação do dono das empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional para a compra de votos para a escolha do Rio pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) como sede das Olimpíadas 2016. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Braço brasileiro do esquema

Um dos mandados de prisão é contra o empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho. Ele já vinha sendo investigado em razão de duas transferências bancárias suspeitas, no total de US$ 2 milhões (R$ 6,2 milhões pela cotação atual), que foram realizadas pela Matlock Capital Group, empresa com sede em Miami, nos Estados Unidos, e de propriedade de Arthur de Menezes, em favor de membros da família do então presidente da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e membro do COI, Lamine Diack.

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Nessa época, o Grupo Facility, de Arthur Soares, tinha contratos de prestação de serviços da ordem de R$ 3 bilhões firmados com o governo do Rio, sob gestão de Sérgio Cabral (PMDB).

Já Nuzman, que é ex-jogador de volei, advogado e presidente do COB desde 1995, foi intimado a depor. Ele chegou à Superintendência da PF no Rio pouco depois das 10h.

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Denúncia na França

O atleta brasileiro Eric Walther Maleson, da modalidade olímpica de bobsled, foi quem denunciou ao Ministério Público Francês a existência de irregularidades na escolha do Rio para a sede da Olimpíada de 2016, segundo informações do jornal Estado de São Paulo. Maleson relatou ao órgão que teria ocorrido fraude na votação dos países africanos para a escolha da cidade.

Em julho de 2009, Eric Maleson também informou às autoridades brasileiras, por meio de carta rogatória, que a delegação brasileira, composta por Carlos Nuzman e Ruy Cesar Miranda Reis, se dirigiu à Nigéria para apresentar o Rio de Janeiro aos países africanos. Posteriormente, Reis teria pago uma quantia para garantir a votação pela cidade fluminense.

O juiz federal Marcelo Bretas decretou o bloqueio de R$ 1 bilhão do presidente do COB, do empresário Arthur de Menezes e da empresária Eliane Cavalcante.

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