Carlos Wizard não comparece, e CPI pede apreensão de passaporte
Bilionário fundador de escola de idiomas informou estar nos EUA, e presidente da comissão solicitará à Justiça sua condução coercitiva
Brasil|Márcio Pinho, do R7
O empresário Carlos Wizard não compareceu à sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (17), no Senado, para a qual havia sido convocado. A sessão foi encerrada sem depoimentos por conta da votação da MP da Eletrobrás.
Irritado com a ausência do bilionário, fundador da escola de idiomas e controlador da holding Sforza, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-MA), afirmou que enviará um ofício à Justiça para que requisite a uma autoridade policial a apresentação da testemunha de forma coercitiva e a apreensão do seu passaporte pela Polícia Federal, assim que o empresário entrar no Brasil.
“[...] E somente seja devolvido após prestação de depoimento perante essa comissão de inquérito”, disse o senador.
A comissão investiga se Wizard integrava um suposto gabinete paralelo para aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro e decisões relativas à covid-19. O grupo teria promovido a adoção de remédios sem eficácia contra a doença, entre outras coisas.
Wizard informou à comissão estar nos Estados Unidos. Ele tentou junto à CPI e ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma decisão para que pudesse depor de forma virtual, mas obteve da Corte apenas o direito de permanecer em silêncio no depoimento.
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O senador criticou a ação do empresário de faltar à CPI e, paralelamente, buscar o STF. "O que me espanta é um cidadão procurar o STF para conseguir um habeas corpus para vir a essa CPI ficar em silêncio nas peguntas feitas, e ele não aparece. Então pra que foi ao Supremo se não vinha?", questionou.
Aziz relatou ainda ter recebido pedidos do advogado do empresário para uma conversa com a CPI, visando marcar uma nova data para o depoimento. “É uma brincadeira dele, né? Uma data combinada para ele vir. É uma autoridade!”, disparou Aziz, de forma sarcástica.
Auditor do TCU
O outro convocado desta quinta-feira, o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União), Alexandre Silva Marques, compareceu à sessão, mas foi dispensado.
Suspeito de produzir relatório falso apontando uma supernotificação de mortes por covid-19, ele terá o depoimento remarcado, já que os senadores participaram nessa manhã de sessão de votação da Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras.
Dessa forma, a sessão da CPI foi encerrada logo após ser aberta, por volta das 10h.
Sigilo
A ministra Rosa Weber, do STF, manteve na quarta-feira a quebra de sigilo do empresário Carlos Wizard. O pedido para acesso aos dados telefônico e telemático (mensagens) foi aprovado pela comissão que investiga ações e omissões do poder público durante a pandemia também na quarta.
A defesa do bilionário questionou a transferência, mas foi negada pela ministra do STF.