Cassado em 2005, Roberto Jefferson volta à Câmara para defender impeachment
Ex-deputado prometeu “trabalhar duro” para unir o PTB a favor do afastamento de Dilma
Brasil|Da Agência Brasil
Onze anos depois de ter o mandato cassado, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) voltou nesta quarta-feira (6) à Câmara para defender a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Delator do mensalão e condenado a mais de sete anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Jefferson prometeu “trabalhar duro” para unir o PTB a favor do afastamento de Dilma.
Militante da chamada tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor Mello, cassado em 1992, Jefferson disse hoje que Dilma não tem mais condições de se manter à frente do País.
— O governo acabou politicamente e moralmente. Não há condições mais de ela [Dilma] continuar à frente do governo. Como não temos um regime parlamentarista, vamos para o impeachment.
Conhecido por suas frases de efeito, Jefferson disse que o colega de partido Jovair Arantes (GO), relator da Comissão Especial do Impeachment, fez “um golaço de rasgar a rede” ao defender o prosseguimento do processo de afastamento.
— Ele merece um troféu.
Para o ex-deputado, a batalha pelo impeachment não será fácil.
— É uma luta do dia a dia, tem que ser buscada, não é uma luta fácil.
Eduardo Cunha
Na avaliação do Roberto Jefferson, as acusações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o fato de o deputado ser réu em ação no STF não inviabilizam o trabalho do peemedebista à frente da sessão que votará o impeachment.
— Ele conhece profundamente o regimento interno e tem dado um show de interpretação, de bom senso na aplicação. Está indo muito bem.
Segundo Jefferson, Cunha trava uma batalha contra o PT, da qual vai sair vitorioso.
— Ele vai vencer o duelo. O Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] nunca esperou encontrar um pistoleiro tão bom quanto ele: rápido de gatilho, que atira pelas costas, atira na tocaia, rouba no jogo de pôquer, assalta o banco da cidade. O Lula nunca esperou encontrar um pistoleiro a altura dele. Ele [Cunha] é o meu herói.
Eleições Gerais
Em relação à proposta de realização de eleições gerais ainda este ano, defendida pela ex-senadora e ex-candidata à Presidência Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e lideranças do PMDB, Jefferson disse acreditar que isso “enfraquece” o movimento pelo impeachment.
— Como ela [Marina Silva] é próxima ao PT e quer herdar parte dos eleitores do PT, está fazendo esse discurso, que é ruim e enfraquece essa decisão do Congresso, da sociedade de colocar um ponto final, um basta ao desgoverno do PT.