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Combate à corrupção ainda não deu conta de todos os nichos, diz Dodge

Procuradora-geral da República fala que trabalho da Lava Jato deve ser aprofundado neste ano e que se impressiona com valores desviados

Brasil|Fernando Mellis, do R7, em Brasília

Procuradora-geral participou da posse de Bolsonaro
Procuradora-geral participou da posse de Bolsonaro

A operação Lava Jato vai completar cinco anos em março, mas o trabalho de combate à corrupção no Brasil precisa de muito mais tempo, na opinião da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Em conversa com o R7, após a posse de Jair Bolsonaro nesta terça-feira (1º), Dodge considerou que "haverá um aprofundamento do combate à corrupção" em 2019, mas ressalta que "embora [esse trabalho] já tenha avançado muito em todo o país, ainda não deu conta de todos os nichos que acontecem, seja na área federal, estadual ou municipal".

Ela conta que diariamente se espanta com os valores desviados por meio de esquemas de corrupção e que "a grande quantidade de verbas públicas [disponíveis] atrai a ação de corruptos". "É um país com um Produto Interno Bruto muito elevado", acrescenta.

Dodge, que apresentou denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) de racismo contra Bolsonaro após um discurso dele sobre quilombolas, não deve ser reconduzida ao cargo em setembro deste ano, quando acaba o mandato de dois anos dela na PGR.


O presidente já sinalizou que não se comprometeria com a lista tríplice, em que os procuradores votam para escolher a chefia da instituição e o presidente indica um dos três mais votados.

Questionada se o combate à corrupção no Brasil hoje independe de quem esteja à frente da Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge é cautelosa e diz que esse é um compromisso que os gestores públicos precisam reafirmar "permanentemente".

"Eu entendo que essa é uma diretriz importante, prioritária, saudável, porque protege os bens públicos, cria esse sentimento de pertencimento, porque no passado os brasileiros acreditavam que a coisa pública era de ninguém."

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