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Comprador de imóvel de Flávio confirma ter pago parte em dinheiro

Declaração de Fábio Guerra valida a versão dada pelo senador eleito para os 48 depósitos de R$ 2.000 feitos em sua própria conta

Brasil|Do R7

Coaf: "Movimentação na conta de Flávio foi atípica"
Coaf: "Movimentação na conta de Flávio foi atípica"

O ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra afirmou nesta segunda-feira (21) que pagou cerca de R$ 100 mil em dinheiro ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pela compra de um apartamento na zona sul do Rio de Janeiro, em 2017.

A declaração de Guerra valida a versão dada por Flávio Bolsonaro neste domingo (20) para os 48 depósitos de R$ 2.000 feitos em sua própria conta entre junho e julho de 2017 em um caixa eletrônico da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

A movimentação foi considerada atípica pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), cujo relatório foi anexado ao inquérito que investiga suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou "ocultação de bens, direitos e valores" no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj.

Em entrevista à RecordTV, Flávio afirmou que recebeu "em cash" os R$ 96 mil que ele mesmo depositou em sua conta como parte do pagamento de um imóvel que vendeu por R$ 2,4 milhões na capital fluminense.


Segundo Flávio Bolsonaro, ele havia comprado o mesmo imóvel da construtora PDG ainda na planta por um valor um pouco superior a R$ 1 milhão. A quantia, de acordo com ele, foi financiada pela Caixa Econômica Federal.

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O senador eleito afirmou que decidiu vender o imóvel porque a entrega dele atrasou. Ele enfatizou que a compra ocorreu com recursos lícitos obtidos com a sua atuação empresarial - ele é sócio de uma loja de chocolate em um shopping na Barra da Tijuca zona oeste do Rio, e tem salas comerciais alugadas na capital.


À reportagem, o comprador do imóvel de Flávio Bolsonaro confirmou ter pago cerca de R$ 100 mil em dinheiro pelo apartamento, mas não deu mais detalhes da transação. Ele disse ter ido ao banco nesta segunda-feira para obter os extratos da compra do imóvel. O advogado do ex-jogador de vôlei de praia deve emitir uma nota à imprensa com mais informações sobre o caso.

Investigação


Os dados do Coaf integram uma investigação do Ministério Público do Rio sobre a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou "ocultação de bens, direitos e valores" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, iniciada há seis meses. Entre os alvos está o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro.

Neste domingo, o jornal O Globo mostrou que um relatório do Coaf apontou que as movimentações financeiras nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, atingiram R$ 7 milhões entre os anos de 2014 e 2017.

À RecordTV, Flávio disse que Queiroz apresentou uma "explicação plausível" logo após a divulgação dos dados e que espera que seu ex-assessor esclareça logo o assunto às autoridades.

Após saber da existência desse relatório sobre sua movimentação financeira, Flávio Bolsonaro pediu a suspensão da investigação ao STF (Supremo Tribunal Federal), alegando que o MP do Rio não tinha competência para investigá-lo porque ele já tinha prerrogativa de foro com a diplomação como senador. O pedido foi atendido pelo ministro Luiz Fux. Agora, cabe ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo no Supremo, analisar o caso depois que o tribunal retomar as suas atividades, em 1.º de fevereiro.

Na entrevista exibida neste domingo, Flávio Bolsonaro disse que não acionou o STF querendo foro privilegiado, mas apenas saber de quem é a competência para investigar o caso.

"Não pedi foro privilegiado ao STF. O que fiz foi uma reclamação que é o remédio jurídico correto, para perguntar ao Supremo Tribunal Federal, obedecendo a uma decisão do próprio STF, que lá atrás decidiu sobre o foro e tem uma vírgula que diz assim: caso a caso o Supremo Tribunal Federal dirá qual é o foro competente. Se é o Rio de Janeiro, o MP do Rio, ou se é Brasília o MP Federal. Então, a decisão que o Supremo vai tomar é para onde é que tenho que prestar os esclarecimentos", afirmou Flávio Bolsonaro. "Não tenho nada para esconder de ninguém. Tem origem. Não tem origem ilícita", afirmou.

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