Faria pediu o apoio de deputados e senadores: 'Esta é a última oportunidade de garantir a sobrevivência dos Correios'
Marcelo Camargo/Agência BrasilAo defender o projeto de privatização dos Correios, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou na noite desta segunda-feira (2), durante pronunciamento em rede nacional, que "o triste histórico de corrupção" praticada em gestões passadas prejudicou a empresa. "Quem não se lembra dos escândalos do Mensalão e do Postalis, que causaram bilhões em prejuízos para os brasileiros?", questionou.
Faria disse que em 2020 os Correios tiveram lucro de R$ 1,5 bilhão, "fruto de um trabalho duro com melhorias na gestão", mas o faturamento se mostra insuficiente frente ao que precisa ser investido todos os anos. "São necessários R$ 2,5 bilhões por ano em investimentos para que a empresa permaneça competitiva."
O ministro destacou também que o primeiro ponto do projeto trata da universalização dos serviços postais. "Todo brasileiro deve ter acesso aos serviços. Esse é um compromisso do presidente Bolsonaro." E acrescentou que o governo se preocupou com a transição, "prevendo um período de estabilidade para todos os funcionários".
Por fim, Faria pediu o apoio a deputados e senadores - o projeto deve ser votado nos próximos dias. "Esta é a última oportunidade de garantir a sobrevivência dos Correios." Para quem tem dúvidas, o ministro sugeriu acessar o link gov.br/futurodoscorreios.
Votação
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia adiantado, na semana passada, que pretende votar a privatização dos Correios na primeira semana de agosto, assim que os deputados voltarem do recesso. O parlamentar acredita o governo tem votos para aprovar a proposta e ressaltou que o Congresso tem o perfil reformista.
Estabilidade
O relator do projeto na Câmara, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), estabeleceu em seu parecer uma estabilidade de um ano e meio para os funcionários da estatal a partir do momento da privatização.
Os Correios contam com cerca de 100 mil empregados. No relatório, Cutrim também define normas para um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para esses funcionários, como período de adesão de 180 dias contados da venda, indenização correspondente a doze meses de remuneração, e programa de requalificação.