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Covid: Bolsonaro admite erro ao atribuir relatório de mortes a TCU

Relatório, que Tribunal de Contas informou não ter sido feito pelo órgão, questiona 60% dos óbitos pela pandemia em 2020

Brasil|Do R7

Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília
Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro admitiu ter errado ao informar, nesta segunda-feira (7), que o TCU (Tribunal de Contas da União) havia elaborado um relatório levantando suspeitas sobre o real número de mortes em decorrência da covid-19 em 2020.

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De acordo com o documento, ao qual o Blog do Nolasco teve acesso, apenas quatro em cada dez óbitos (41%) registrados por complicações da doença seriam efetivamente resultado da contaminação pelo vírus.

Ou seja, conforme o documento, que Bolsonaro atribuiu equivocadamente ao TCU, 80 mil pessoas podem ter morrido por complicações da covid-19 no ano passado - e não as 194.949 pessoas que não resistiram, oficialmente. Os outros 59% das mortes - cerca de 115 mil casos - teriam sido anotados de forma errada como covid-19.

No fim da tarde, o TCU esclareceu que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que "em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid".


"O TCU está certo. Eu errei quando falei tabela, o certo é acórdão. O que acontece? Tem uma lei complementar do ano passado, que diz que a distribuição de verba do governo federal aos estados levava em conta alguns critérios. O mais importante era incidência de covid, e o próprio TCU dizia o quê? Que essa lei complementar poderia incentivar uma prática não desejável da supernotificação de covid para que aquele estado tenha mais recurso. A tabela quem fez foi eu, não foi o TCU. O TCU acertou em falar que a tabela não é deles", admitiu Bolsonaro.

Entretanto, o presidente destacou que vai investigar as mortes, pois há indícios de superdimensionamento nos óbitos atribuídos à covid. "Se vocês olharem a tabela de mortes, a tabela oficial de mortes de 2015 pra cá, ano após ano sobe o número de mortes em relação ao anterior, 5%, 7%, 8% 15%... varia por aí. Se você tirar o número de mortes por covid ano passado, são mais ou menos 200 mil, de 2019 para 2020 não teríamos um crescimento no número de mortos. Teria um decréscimo, seria um crescimento negativo", disse Bolsonaro.


Portanto, nos cálculos de Bolsonaro, há indício de fraude. "Isso leva a um indício enorme no sentido do que houve supernotificação pela prática indesejável, apontada por acordão do TCU, que isso poderia acontecer para governadores conseguirem mais recurso", afirmou.

"Em cima disso, para justificar tudo por parte de alguns estados, com toda certeza, lockdowns, as políticas de fechar tudo, as políticas de toque de recolher, para justificar 'olha meu estado tá morrendo muita gente então muita gente são super notificados eu tenho que justificar em cima disso'", completou.


Segundo Bolsonaro, vídeos no whatsapp reforçam os indícios de fraude supostamente praticadas por governadores para conseguir mais recursos no combate à pandemia.

"Vocês devem ter visto muitos vídeos no whatsapp de pessoas falando meu pai, meu avô meu tio, meu irmão não morreu de covid e botaram Covid?", disse. "Havia, poderia estar havendo, como próprio TCU previu não [em] tabela, previu em acordão que isso ia acontecer. Acho que agora está justificado o que foi falado ontem, porque a gente pode errar e eu não tenho compromisso com erro, não tem problema nenhum."

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