CPI da Covid: Tebet diz que documento é 'digital' de crimes
Em depoimento de servidor do TCU, senadora da oposição acusou Bolsonaro de divulgar estudo 'claramente manipulado'
Brasil|Do R7
No depoimento do auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques à CPI da Covid, nesta terça-feira (17), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes comum e de responsabilidade ao divulgar documento, "claramente manipulado", que minimiza as mortes de brasileiros em função da pandemia.
"Agora temos a digital, a materialidade dos crimes cometidos", afirmou Tebet.
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O relatório foi divulgado nas redes sociais do chefe do executivo federal, o TCU afastou o servidor e uma sindicância interna confirmou que o documento não é oficial.
Depois de Alexandre Marques ter admitido que não ouviu médicos nem o IBGE para analisar os dados, a senadora disse que o auditor foi "irresponsável" como servidor ao pegar uma tese e tentar imputar à realidade dos fatos.
O depoente destacou que o documento elaborado por ele era privado e acabou compartilhado com grupo de trabalho do TCU no dia 31 de maio. Segundo o servidor, o relatório é "inconclusivo, superficial e bem embrionário".
Marques informou ainda que enviou o estudo a seu pai, o coronel da reserva Ricardo Marques, no dia 6 de junho. O presidente da comissão parlamentar de inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), enfatizou a rapidez em que o rascunho foi alterado e citado por Bolsonaro no dia seguinte.
"Nós não estamos falando de dez dias, não, pessoal! Nós estamos falando do dia 6 para o dia 7! Passa imediatamente para o presidente, que, no dia 7 de manhã, já está dando uma entrevista sobre isso", afirmou Aziz.
Ao senador aliado do governo federal Marcos Rogério (DEM-RO), Marques explicou que as únicas alterações em seu documento, produzido no Word, em relação ao apresentado pelo presidente da República, foram os grifos e o acréscimo da expressão "Tribunal de Contas da União".
Marcos Rogério, então, usou essa informação para defender Bolsonaro da acusação de adulteração, e concluiu pedindo apuração de desvios de recursos por estados e municípios.
"Se erros aconteceram vamos apurar, na medida da culpa de cada um. Eu não estou aqui para dizer que o presidente acertou 100%. Não. Mas talvez a CPI erre mais, por fazer uma investigação seletiva", afirmou Marcos Rogério.