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CPI tenta ouvir Marconny Albernaz, suposto lobista da Precisa; veja

Empresa é investigado por seu contrato bilionário para compra da Covaxin. Depoente não compareceu e comissão tenta localizá-lo

Brasil|Do R7, com Agência Senado

A CPI da Covid tenta ouvir nesta quinta-feira (2) o advogado Marconny Albernaz de Faria, apontado como lobista junto ao Ministério da Saúde em favor da Precisa Medicamentos. A empresa é um dos focos da Comissão Parlamentar de Inquérito por seu contrato bilionário com a pasta para a compra da vacina indiana Covaxin.

Contudo, o depoente não compareceu e o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Omar Aziz (PSD), colocou a Polícia Legislativa do Senado atrás dele. Aziz havia dito nesta quarta-feira (1º) que tentaria na Justiça buscar Marconny "sob vara".

Assista à sessão ao vivo

A CPI obteve mensagens trocadas entre Marconny e o ex-secretário da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) José Ricardo Santana. Na conversa, o Santana menciona que conheceu o suposto lobista da Precisa na casa da advogada do presidente da República, Jair Bolsonaro, Karina Kufa, que deverá ser ouvida nas próximas reuniões da CPI.


Aziz afirmou que o longo atestado do advogado era uma tentativa de “fugir” da comissão
Aziz afirmou que o longo atestado do advogado era uma tentativa de “fugir” da comissão

Senadores apontaram que Santana e Marconny teriam conversado sobre processo de contratação de 12 milhões de testes de covid-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa. Uma das mensagens trocadas aponta que "um senador" poderia ajudar a “desatar o nó” do processo. 

Autor do requerimento aprovado em 19 de agosto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aponta que essas e outras mensagens reforçam a existência de um mercado interno no Ministério da Saúde que busca facilitar compras públicas e beneficiar empresas, assim como o poder de influência da empresa Precisa Medicamentos antes da negociação da vacina Covaxin.


Atestado longo

O depoimento de Albernaz inicialmente tinha sido adiado após o advogado apresentar um atestado médico de 20 dias à comissão, alegando estar internado no hospital Sírio Libanês, em Brasília, e não poder comparecer ao Senado. Os parlamentares consideraram o longo atestado suspeito e pediram para entrar em contato com o hospital para confirmar a internação de Albernaz.

Com a dúvida levantada pelos senadores, o diretor do hospital entrou em contato com o presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM). Aziz atendeu a ligação do hospital durante a reunião da CPI e comunicou aos colegas que um boletim médico seria enviado.

Pouco após o encerramento da reunião, no início da noite de quarta-feira (1/9), o médico que tinha assinado o atestado falou com os senadores para cancelar a dispensa médica. Segundo o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), o profissional que concedeu o atestado a Albernaz disse ter notado uma “simulação” por parte do paciente, e por isso desejava cancelar o documento. Pouco antes, Aziz havia afirmado que o longo atestado de do advogado era apenas uma tentativa para “fugir” da comissão.

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