De olho em 2016 e 2018, novo bloco na Câmara promete forte oposição ao governo
PSB, PPS, PV e SDD lançaram federação partidária para disputar os próximos pleitos juntos
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
Durante lançamento do "bloco de esquerda" da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16), os partidos que se uniram na Casa deixaram claro que sua integração vai muito além da atuação no Congresso Nacional. PSB, PPS, PV e SDD lançaram, além do Bloco de Esquerda Democrática, uma frente partidária para disputar as eleições municipais de 2016 e a corrida presidencial de 2018.
Com a união, o bloco soma 67 deputados federais, 800 prefeitos e cerca de 8.000 vereadores. De acordo com o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), a frente partidária terá quase quatro minutos de tempo de televisão durante a campanha eleitoral e poderá fazer frente aos candidatos dos partidos da base aliada ao governo.
— Em 2016 iremos nos propor todos a construir, em todas as capitais brasileiras, nas pequenas e nas médias cidades, eleições onde PSB, PPS,PV e SDD estejam juntos ao redor da mesma candidatura a prefeito, ao redor de interesses comuns. Temos uma encruzilhada pela frente, se continuarmos separados, não fortalecemos a luta do povo contra o governo corrupto que ganha através da mentira.
A intenção do bloco é percorrer as capitais do País unindo os militantes dos quatro partidos e trabalhar de maneira "hegemônica e integrada". A grande coligação tem como objetivo apresentar uma alternativa ao governo e à oposição tradicional feita pelo PSDB.
De acordo com presidente nacional do PV, Luiz Penna, o intuito é apresentar uma terceira via que reflita o interesse da sociedade.
—Termina a eleição, começa a outra. É muito estreito para a nossa sociedade esse espaço de oposição x situação. Há que formamos um grupo para pensar no futuro. Pensar em 2018, pensar na eleição municipal fora desse espaço muito apertado que estamos vivendo. É hora de nos juntarmos, sem perdemos nossa identidade, para podermos influir de maneira mais incisiva nas decisões do País.
Presidência da Câmara
A primeira ação do boco de esquerda para se mostrar com alternativa será dentro da Câmara. A frente pretende lançar um nome para disputar a presidência da Casa em 2015. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que concorreu nas eleições de 2013 e perdeu para Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é o principal cotado.
Para Delgado, é preciso marcar posição já nas eleições para a composição da Mesa Diretora e afirma que os deputados do bloco não se sentem representados por nenhum dos candidatos anunciados até agora.
— A gente tem que acabar de costurar isso em outras frentes, conversar com o PSDB e com o Democratas. Se o discurso do bloco é o que prepondera para resintonizar com a sociedade, esse discurso não cabe em nenhuma das candidaturas apresentadas, ele cabe em uma candidatura alternativa.
Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) são os nomes confirmados até agora na disputa pela presidência da Câmara.