Defesa de João de Deus nega saque de R$ 35 milhões
Médium se entregou às autoridades na tarde deste domingo (16); centenas de mulheres o acusam de abuso sexual
Brasil|Márcio Neves, do R7
O advogado criminalista Alberto Toron, defensor do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, afirmou em nota na tarde desta segunda-feira (17) não foi realizado nenhum saque de R$ 35 milhões de contas bancárias.
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"Em primeiro lugar, o relatório do COAF descreve o resgate de aplicações financeiras, não saque. Pelo que a defesa teve conhecimento, apenas uma aplicação foi resgatada e em valores menores", escreveu o advogado em nota.
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No texto Toron volta a se queixar da falta de acesso ao teor das denúncias. "Até agora, tivemos acesso apenas a algumas poucas declarações, todas fornecidas pela Polícia Civil de Goiânia e, nelas, não há qualquer referência à participação de terceiros nos fatos narrados", escreveu.
O criminalista também afirma que apesar das centenas de denúncias divulgadas pelo MP-GO, teve acesso a apenas uma, que, "para surpresa da defesa, tem apenas cópia das matérias do Fantástico, sem cópia de nenhum dos inúmeros depoimentos que estão sendo divulgados pela imprensa".
Habeas corpus
Nesta segunda a defesa de João de Deus também protocolou um habeas corpus com o objetivo de revogar a prisão preventiva do líder religioso.João de Deus está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiâna, a 20 quilômetros da capital.
Ele divide a cela com três outros presos desde a noite de domingo (16), quando chegou à cadeia após prestar depoimento e fazer exame de corpo de delito em Goiânia.
Íntegra da Nota
Nota da defesa de João de D'us
1. O Ministerio Público vem falando em ocultação de valores e lavagem de dinheiro em razão do suposto “saque” de RS 35 milhões do Banco por João de Deus. Em primeiro lugar, o relatório do COAF descreve o resgate de aplicações financeiras, não saque. Como sabem os promotores de justiça, não se lava dinheiro limpo, não se lava dinheiro que é seu e estava no banco .
2. Sequer está claro se houve realmente movimentação nesse valor. Pelo que a defesa teve conhecimento, apenas uma aplicação foi resgatada e em valores menores.
3. Até agora, tivemos acesso apenas a algumas poucas declarações, todas fornecidas pela Polícia Civil de Goiânia e, nelas, não há qualquer referência à participação de terceiros nos fatos narrados. Parece estar havendo um processo intimidativo indevido, talvez para ensejar novas denúncias e declarações.
4. Por fim, importante esclarecer que estivemos diversas vezes na sede do Ministério Público em Goiânia e, até agora, tivemos acesso a apenas um procedimento invstigativo o qual, para surpresa da defesa, tem apenas cópia das matérias do Fantástico, sem cópia de nenhum dos inúmeros depoimentos que estão sendo divulgados pela imprensa.
A complexidade das suspeitas exige serenidade e tempo para que seja realizado um julgamento justo, imparcial e válido.
Alberto Zacharias Toron