Defesa envia ao MP laudo de doença de ex-assessor do filho de Bolsonaro
Após movimentação financeira atípica, Fabrício Queiroz revelou tumor no intestino e disse complementar salário de R$ 24 mil com a venda de carros
Brasil|Raphael Hakime, do R7
A defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flavio Bolsonaro, apresentou ao Ministério Público do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (27), atestados médicos que comprovam que ele está doente e será submetido a uma cirurgia.
Segundo os advogados, "Queiroz estará à disposição para prestar depoimento tão logo tenha autorização médica".
Queiroz foi flagrado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em movimentações financeiras atípicas, que totalizam R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 — valores que não condizem com seus rendimentos oficiais.
As autoridades encontraram ainda depósitos de cerca de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Ontem, em entrevista ao Jornal do SBT, Queiroz afirmou que foi diagnosticado com um tumor no intestino e que precisa passar por exames complementares para saber se o tumor é maligno ou benigno.
"[Tenho] dores crônicas e [houve] o aparecimento de um tumor [...] no intestino, tumor grande. [...] Eu não estou fugindo, quero prestar os esclarecimentos", finalizou.
Também disse ser "um trabalhador" e explicou que complementa o salário mensal de R$ 24 mil com o negócio de compra e venda de veículos.
Leia a nota do Ministério Público do Rio de Janeiro na íntegra:
"NOTA À IMPRENSA
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (GAOCRIM/MPRJ), esclarece que os advogados do investigado Fabrício Queiroz apresentaram, na tarde desta quinta-feira (27/12), atestados que comprovam grave enfermidade do investigado e que este se submeterá a cirurgia urgente.
Os advogados informaram ainda que Queiroz estará à disposição para prestar depoimento tão logo tenha autorização médica. Por fim, informa o MPRJ que outras diligências já anunciadas estão previstas para ocorrer, entre as quais a possível oitiva do deputado estadual Flávio Bolsonaro, sugerida para o dia 10/01. No mais o caso permanece sob total sigilo."