Denúncia: Queiroga não descarta participação de outros servidores
Ministro disse ter instaurado sindicância para apurar relato de proposta de propina em contrato para compra de vacina da Oxford
Brasil|Natalie Machado, da Record TV em Brasília, com R7
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou na manhã desta quarta-feira (30) a demissão do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, citado em denúncia de corrupção em contrato de compra de vacinas contra a covid-19. Segundo o titular da pasta, não está descartado o envolvimento de outros servidores.
"O servidor foi exonerado e foi instaurada uma sindicância para apurar supostas irregularidades", resumiu o ministro.
Leia também
A revelação foi feita nesta terça-feira (29) por Luiz Paulo Dominguetti Pereirada, da empresa Davati Medical Supply, que relatou ao jornal Folha de São Paulo ter recebido proposta de propina em encontro informal com Dias para tratar de compra de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca/Oxford.
Com a revelação do caso, o governo Bolsonaro se tornou alvo de outra denúncia de corrupção na compra de vacinas em menos de uma semana. Na sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda, afirmaram à CPI da Covid que a estrutura do governo foi utilizada para o superfaturamento e favorecimento da vacina indiana Covaxin.
O departamento de logística do Ministério da Saúde, alvo das duas denúncias sobre compra de vacinas, é "loteado" por nomes ligados ao Progressistas (PP) desde quando o atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PR), comandava a pasta, entre 2016 e 2018.
O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou o impacto das denúncias no governo federal e corroborou com a tese de Jair Bolsonaro, que disse nesta semana desconhecer tudo o que acontece nos ministérios.
"Não acho isso [que a imagem do governo ficou maculada]. O presidente falou algo que é certo: ele não tem condições de controlar tudo o que está acontecendo dentro do governo, então, compete a cada ministro controlar o seu feudo. E se for detectado algo irregular, que se tome as providências de acordo com a lei. Isso é normal", afirmou na manhã desta quarta-feira (30) a jornalistas em Brasília.