Deputado petista chama Janaína Paschoal de golpista, senador protesta e Lewandowski interrompe a sessão
José Guimarães (PT-CE) chamou Janaína de golpista e foi convidado a se retirar por senador
Brasil|Mariana Londres, do R7, em Brasília
Depois de uma segunda-feira sem bate-bocas, a sessão do julgamento do impeachment desta terça-feira (30) teve que ser interrompida por cinco minutos em função de mais um bate-boca entre parlamentares. Dessa vez a confusão começou quando o deputado José Guimarães (PT-CE), que acompanha a sessão de dentro do plenário, chamou a advogada Janaína Paschoal de golpista.
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Em defesa de Janaína, que falava na tribuna pela acusação, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), líder do governo do Senado, pediu a palavra e protestou, pedindo que o presidente da sessão, ministro presidente do STF, Ricardo Lewandowski, chamasse a polícia legislativa para retirar o deputado, se necessário. Por ser deputado federal, Guimarães pode assistir ao juglamento de Dilma de dentro do plenário.
Em função dos ânimos exaltados, Lewandowski interrompeu a sessão por cinco minutos. José Guimarães é irmão do ex-presidente do partido José Genoino e ex-líder do PT na Câmara. Ele foi pedir desculpas a Nunes durante o intervalo da sessão e continuou no plenário.
Defesa de Dilma
Apesar da intensa movimentação no Congresso, o quarto dia do julgamento do impeachment, nesta segunda-feira (29), foi o que teve mais debates e menos bate-boca. Foram quase cinquenta minutos de discurso de Dilma seguidos de questionamentos dos senadores e respostas de Dilma.
Nas últimas quinta (25) e sexta-feira (26), as sessões do julgamento tiveram que ser interrompidas algumas vezes em função de discussões acaloradas entre senadores.
A sessão desta segunda-feira (29) era também a mais aguardada, já que Dilma havia confirmado que faria a sua própria defesa pela primeira vez durante os quase nove meses de tramitação do processo no Congresso.
Em discurso no Congresso Nacional e ao responder perguntas de senadores, a presidente afastada voltou a dizer que está sofrendo um golpe. A presidente disse ainda que este é o segundo julgamento injusto a que é submetida.