A decisão do governo federal de desligar usinas térmicas movidas a óleo e a diesel vai demandar mais geração das hidrelétricas do País, disse o diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, em evento de energia nesta quinta-feira (4).
Durante o período seco, até novembro, serão consumidos o equivalente a 1,5% do nível dos reservatórios das hídricas brasileiras por mês para compensar o desligamento das térmicas.
— Com a paralisação, o uso dos reservatórios vai ser de perto de 8% até novembro.
O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) decidiu, na quarta-feira (3), pelo desligamento de 34 térmicas movidas a óleo (diesel e combustível), diante da melhora no nível dos reservatórios das hidrelétricas. A maioria estava ligada desde outubro.
As térmicas a óleo são mais caras e mais poluentes. Recentemente, o governo já tinha optado por desligar outras cinco usinas.
Segundo EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e o ONS, as térmicas desligadas representavam um terço da geração térmica, mas custavam dois terços do total. A economia com o desligamento dessas usinas é de R$ 1,4 bilhão ao mês.
O diretor-geral do ONS disse que, se houver necessidade, as térmicas podem ser religadas.
— Se a hidrologia reverter, voltamos com elas por ordem de mérito, aos poucos, e onerando o mínimo possível o consumidor [...] Mas se o período úmido for antecipado e começar a chover no Sudeste como foi em 2011, a gente desliga parte das térmicas a gás ou até todas.
Dados do ONS mostram que os reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste registram nível de armazenamento de 63,71% atualmente. As hidrelétricas do Sul estão com níveis de estoque de água de 82%. No Norte, estão em 93,5% e, no Nordeste, em 46,2%.