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Discutir impeachment de Bolsonaro será inevitável no futuro, diz Maia

Presidente da Câmara até dia 2, Maia diz que foco atual é salvar vidas. Ele pede o retorno dos trabalhos do Congresso no recesso

Brasil|Do R7

Maia e Doria no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo
Maia e Doria no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (15) considerar inevitável "no futuro" que pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro sejam debatidos no Legislativo.

A afirmação se deu em entrevista coletiva após almoço promovido pelo governador de São Paulo, João Doria, em apoio à candidatura do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara. Rossi é o candidato do grupo de Maia, que não poderá concorrer novamente e deixará a Presidência da Câmara após a eleição do próximo dia 2.

Questionado sobre os pedidos de impeachment, Maia afirmou que a prioridade no momento é o combate à pandemia.

"Acho que esse tema [impeachment], de forma inevitável, certamente será debatido no futuro. Mas acho que nesse momento, com vidas perdidas, [é] a gente trocar o foco do que é principal, mesmo sabendo que há uma desorganização, uma falta de comando por parte do Ministério da Saúde, e que nós precisamos de forma definitiva que o governo federal assuma sua responsabilidade sobre a coordenação do sistema de saúde, porque esse é papel do governo federal no sistema SUS", afirmou.


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O presidente da Câmara já recebeu mais de 60 pedidos visando ao impeachment de Bolsonaro e recebe pressões nas redes sociais após o agravamento da crise em Manaus. 

Também nesta sexta, Maia encaminhou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), um pedido para que convoque a Comissão Representativa, um grupo de 23 parlamentares que podem ser chamados para atuar no recesso do Poder Legislativo, que termina no início de fevereiro. Alcolumbre é também o presidente dessa comissão, e Maia é o vice.


Almoço com Doria

Maia e Baleia Rossi participaram do almoço oferecido pelo governador João Doria no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O PSDB é um dos 11 partidos que anunciaram oficialmente apoio a Rossi, ainda que parte dos deputados da legenda deva votar no principal opositor, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Após o encontro, Doria, Maia e Rossi concederam entrevista coletiva na qual o governador de São Paulo subiu o tom contra Bolsonaro. Doria, que buscou ser o nome do PSDB nas eleições presidenciais de 2018, sendo preterido por Geraldo Alckmin, e é tido como um virtual candidato em 2022, criticou o presidente pela atuação na pandemia e defendeu inclusive a participação da população em panelaços. 


"Reja Brasil. Reaja o Congresso Nacional", afirmou. "Tenho certeza de que muitas vozes vão se levantar em defesa do Brasil", disse.

Sobre a candidatura de Rossi, Doria disse tratar-se da disputa entre a "defesa democrática e a ameaça à democracia". Nesse ponto, a fala foi corroborada pelo candidato emedebista, que disse representar a candidatura que quer a independência do Legislativo, e não "submissão".

Rossi disse também que uma candidatura à presidencia da Câmara "não pode ter como bandeira o impedimento do presidente". "Todos os pedidos que estiverem colocados vão ser analisados por mim depois do dia 2 de fevereiro, dentro do que diz a Constituição", afirmou Rossi, na possibilidade de que vença a eleição.

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