Doria confirma Meirelles na Secretaria da Fazenda de São Paulo
Ex-presidente do BC durante gestões do PT e ex-ministro da Fazenda de Temer foi anunciado hoje pelo governador eleito João Doria
Brasil|Diego Junqueira, do R7
O governador eleito de São Paulo João Doria (PSDB-SP) convidou o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB-SP) para a Secretaria da Fazenda de São Paulo.
O futuro secretário foi candidato à Presidência da República este ano pelo MDB, quando ficou em sétimo lugar, com 1.288.948 votos (1,2% do total).
Natural de Anápolis (GO), Meirelles tem 73 anos e vem de uma família de políticos em Goiás. Seu avô, Graciano da Costa e Silva, foi três vezes prefeito de Anápolis. Seu tio, Jonas Ferreira Alves Duarte, foi eleito vice-governador do Estado em 1950. E seu pai, Hegesipo de Campos Meireles, foi interventor federal interino de Goiás em 1946.
Meirelles iniciou sua atuação política na década de 1960, quando foi presidente do grêmio estudantil do colégio onde estudava, em Goiânia, e liderou uma greve de estudantes contra aumento da passagem de ônibus.
Formado em engenharia na USP (Universidade de São Paulo) em 1972, ele se mudou para o Rio de Janeiro em 1974 e ingressou no Bank of Boston, onde ficaria por quase 30 anos. Chegou a ocupar o cargo de presidente da instituição em 1996, o primeiro estrangeiro no comando do banco.
Meirelles voltou para a política em 2002, quando foi eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás. Mas no fim daquele ano ele renunciaria ao cargo e deixaria o PSDB após aceitar o convite do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidir o Banco Central. Meirelles ficou no cargo entre 2003 e 2010, justamente durante os dois mandatos de Lula.
Após trabalhar em empresas como J&F (dona da JBS e do Banco Original) e Azul Linhas Aéreas, ele voltou á cena política em 2016, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), quando aceitou o convite de Michel Temer (MDB) para comandar o Ministério da Fazenda. Sua gestão foi marcada pela aprovação da PEC 241, conhecida como "teto de gastos", que limitas os gastos públicos por 20 anos à variação da inflação do ano anterior.