Doria vai discutir privatização do Porto de Santos com Bolsonaro
Governador de SP esteve na posse do presidente e disse que pretende agendar reunião para a semana que vem para tratar também da Ceagesp
Brasil|Fernando Mellis, do R7, em Brasília
O recém-empossado governador de São Paulo, João Doria (PSDB), viajou nesta terça-feira (1º) para a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em Brasília, e afirmou que pretende se reunir com Bolsonaro na próxima semana para discutir, entre outros assuntos, a privatização do Porto de Santos e da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), ambas empresas de propriedade da União.
Doria, que assumiu o cargo de manhã na Assembleia Legislativa paulista, chegou à cerimônia no Palácio do Planalto por volta das 16h. Afirmou que não há pressa no encontro, mas destacou que as privatizações são importantes para o Estado.
Para o porto, disse que é o modelo desejado "é o de Cingapura". "Você tem uma agência reguladora [do Estado], mas é totalmente feito com investimento privado e operado por uma empresa privada. Por isso que é eficiente e produtivo, diferentemente do Porto de Santos, que embora seja o maior porto do país, da América Latina, tem um grau de eficiência muito baixo."
Possíveis irregularidades na administração do Porto de Santos são investigadas pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal. Em março de 2018, a Operação Skala prendeu, inclusive, pessoas próximas ao ex-presidente Michel Temer, suspeitas de participarem de um esquema de corrpução na concessão de áreas portuárias.
Outro projeto que se arrasta na capital paulista é da Ceagesp, localizada em uma área onde já não há capacidade viária suficiente para o tráfego de caminhões.
"Também vamos falar da Ceagesp. que precisa ser transferido para o Estado de São Paulo. Não faz sentido o governo federal administrar entreposto alimentício em São Paulo. Isso não é função do governo federal, nem mesmo estadual. O que nós vamos pedir é que se transfira a Ceagesp para o governo de São Paulo e imediatamente privatizá-lo. E mudar de endereço também."
O governador pretende ainda cobrar a promessa do pacto federativo, feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Nós temos certeza que ele [Bolsonaro] vai cumprir. Essa é uma medida boa, não para São Paulo, mas para todos os Estados brasileiros. Descentralizar e distribuir os recursos é uma medida, moderna, correta, eficiente, rápida, produtiva e ao mesmo tempo irriga a economia e pode contribuir para o crescimento do Brasil.