Etanol como opção na busca do carbono zero é tema do Estúdio News
Entre as soluções para descarbonizar indústrias, o etanol pode ser uma saída
Brasil|Do R7
A busca pelo carbono zero, compromisso assumido por vários países, é uma corrida contra o tempo. Entre as soluções para descarbonizar setores e indústrias, o etanol pode ser uma opção.
No mundo, são produzidos 100 bilhões de litros de etanol, a maior produção é nos EUA, seguido pelo Brasil em segundo lugar. A produção do biocombustível feita a partir da cana de açúcar e a partir do milho não se diferencia no ponto de vista de consumo na bomba.
“Os processos de produção são muito similares, no dia a dia é um biocombustível produzido da matéria prima vegetal, a fermentação dos açúcares, do amido da cana de açúcar e do milho. A gasolina também tem uma porcentagem de etanol em torno de 27% e tem o etanol hidratado que é esse que vemos no posto. A produção de etanol no Brasil é zero carbono neutro, não tem nenhuma emissão de carbono, por isso é um player tão importante”, explica Vinicius Damazio, especialista em etanol da Argus.
De 2000 a 2013, a área colhida de etanol no estado de São Paulo dobrou, passou de 2.5 mil para 5.5 mil hectares.
Alberto Amorim, dirigente da Assessoria Técnica do Gabinete da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, destaca que os mercados internacional e nacional querem produtos mais limpos e com a pegada menor.
“Está todo mundo percebendo a mudança climática, não dá para fugir dela, a grande pegada climática está nos veículos à combustão de combustíveis fósseis, fomos forçados a tomar atitudes pensadas, tecnicamente estruturadas com pesquisa atrás para atingir um objetivo nobre. Nós realmente precisamos parar ou no máximo diminuir drasticamente a emissão e o etanol é uma grande saída para isso”, diz Amorim.
Damazio conta que no Brasil há outras iniciativas e estudos para produção a partir da beterraba e sorgo, culturas que são do frio, mas que os grandes dois nomes da produção de etanol nas matérias primas, hoje, são a cana e milho.
“Vemos uma segunda geração que é muito específica, mas é um etanol produzido a partir do bagaço da cana de açúcar, ou seja, se processa a cana de açúcar, fermenta, faz o etanol, faz o açúcar e com o resto se faz um segundo etanol, um etanol reciclado a partir dos resíduos daquela produção, etanol muito bem quisto no mercado europeu”, enfatiza o porta-voz da Argus.
Quando o assunto é o futuro do mercado, Amorim diz que há uma tendência de a gestão pública incentivar a redução de impostos, além de testes de motores grandes, pesados, com tecnologias mistas. “Seja para ônibus, caminhões, tratores, isso deve se intensificar e transformar nossa agricultura e nossa sociedade em ainda mais limpa. Essa é uma tendência de ter incentivos importantes porque temos que correr atrás do net zero e 2050 está aí”, conclui.
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