Europa deve usar o dinheiro para recuperar suas florestas, diz Onyx
Ministro da Casa Civil ponderou que a palavra final se o Brasil aceitará ou não os recursos destinados pelo G7 será do presidente Bolsonaro
Brasil|Tiago Nolasco, da Record TV
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou na noite desta segunda-feira (26) que o presidente francês deveria destinar os R$ 83 milhões, prometidos pelo G7, o grupo de países mais ricos do mundo, para auxiliar no combate a incêndios na Amazônia, para que a "França e os outros países recuperassem suas florestas nativas".
Lorenzoni também afirmou que o "Brasil tem lições para dar para a Europa em termos de proteção ambiental e de proteção florestal" e que o país não precisa do dinheiro, pois "já acabou com os incêndios na maior parte das áreas". Ele reforçou que o Governo vai continuar a combater os focos e identificar eventuais grupos criminosos responsáveis pelo fogo.
Veja também: Satélites mostram redução das queimadas no Brasil
Entretanto, o ministro ponderou que a decisão de aceitar ou não os recursos, é de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro.
Mais cedo, o Palácio do Planalto havia informado que rejeitará a ajuda, mas não informou o motivo para recusar os valores.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ministros têm dito que não há anormalidade nas queimadas e que países europeus tentam fragilizar a soberania do Brasil sobre a floresta.
A informação do Planalto, no entanto, contradiz o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que mais cedo disse que a ajuda do G7 era "bem-vinda".
Bolsonaro voltou a se reunir nesta segunda com ministros para tratar dos incêndios na floresta. Após a conversa com o presidente, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo disse que a situação na Amazônia está controlada e que cerca de 2.700 militares das Forças Armadas estão prontos para atuar na região.
Ainda nesta segunda, o governo teve novo embate com o presidente da França, Emmanuel Macron, que falou sobre conferir status internacional à floresta. "Sobre a Amazônia falam brasileiros e as Forças Armadas", rebateu o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros.