Fenaj cria campanha online para vacinar jornalistas contra covid-19
Brasil lidera ranking mundial com 86 óbitos em 2021; abaixo-assinado digital pede prioridade para a categoria ser imunizada
Brasil|Do R7
A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) criou, nesta sexta-feira (21), um abaixo-assinado digital para o governo federal colocar a categoria entre as prioritárias na imunização contra a covid-19. Para impulsionar a proposta, os sindicatos organizaram, com apoio da federação, um tuitaço com a hashtag #vacinaimprensa.
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O Brasil lidera um ranking mundial de mortes de jornalistas em decorrência da doença. De acordo com estudo da federação, 86 profissionais de comunicação morreram de covid-19 neste ano, um percentual 8,6% maior que o total registrado em 2020.
Após orientação da Fenaj, os sindicatos dos jornalistas entraram em contato com as secretarias de saúde dos estados para pedir a inclusão da categoria na vacinação. Até agora, os profissionais conseguiram êxito na Bahia, que vai priorizar a imunização de jornalistas.
Além do pedido de apoio aos estados, a Fenaj age no Congresso Nacional para a inserção de jornalistas nos grupos prioritários do PNI (Plano Nacional de Imunização) por meio de um projeto de lei.
O abaixo-assinado será encaminhado ao Ministério da Saúde, Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde).
Leia o manifesto da Fenaj na íntegra
"Pela inclusão de jornalistas nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) para COVID-19
As jornalistas e os jornalistas , ao longo desta pandemia da Covid-19, têm realizado um importante trabalho na cobertura relacionada à doença e, no processo da vacinação, levando à população informação e orientação qualificadas. A atividade figura como serviço essencial no Decreto Federal 10.288 desde 22 de março de 2020.
Ocorre que os jornalistas também são vítimas desta pandemia, justamente no exercício de seu trabalho. Levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) mostra que o Brasil é o país com maior número de mortes de jornalistas em decorrência da Covid-19. Entre abril/20 e março/21, 169 jornalistas morreram pelo coronavírus. Nos três primeiros meses de 2021, o número de mortes supera todo o ano de 2020, quando foram registradas 78 mortes de abril a dezembro. Este ano, são 86 vítimas, percentual 8,6% maior que no total de 2020.
Conforme estudo do Dieese, os trabalhadores em comunicação e informação, incluindo jornalistas, foram o terceiro setor com maior número de desligamento do emprego (124%) por causa de morte em 2021 em comparação com 2020, abaixo apenas de médicos (204%) e trabalhadores no setor de eletricidade e gás (142%).
Como também são profissionais de linha de frente do combate ao coronavírus, os jornalistas também estão expostos à contaminação . E mesmo com as estatísticas colocando o jornalismo profissional como trabalho de risco para contaminação por Covid-19, a categoria não está inserida no Plano Nacional de Imunização (PNI) entre os grupos prioritários para receber a vacina.
Preocupado com essa situação na categoria, que vem se agravando a cada dia, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), os sindicatos filiados e as/os jornalistas solicitam ao Ministério da Saúde, ao Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) a inclusão da categoria dos jornalistas no grupo prioritário do PNI."