Força-tarefa já recebeu 330 denúncias contra João de Deus
Médium é acusado de abusar sexualmente de mulheres durante os atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia
Brasil|Alexandre Garcia, do R7
A força-tarefa montada pelo MP-GO (Ministério Público de Goiás) para atender mulheres que se dizem vítimas do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, recebeu, até esta quinta-feira (13), 330 mensagens e contatos por telefone.
As denunciantes relatam que foram abusadas sexualmente pelo médium durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
Ontem, o Ministério Público do Estado pediu a prisão preventiva de João de Deus. Segundo o órgão, as vítimas se identificaram como sendo de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina.
A força-tarefa, composta por cinco promotores de Justiça e duas psicólogas, para receber denúncias contra João de Deus por e-mail. As vítimas são chamadas para depois e as provas coletadas nos depoimentos são enviadas para a equipe goiana.
As denúncias podem ser realizadas pelos e-mails denuncias@mpgo.mp.br ou somosmuitas@mpsp.mp.br.
Outro lado
O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.
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“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.
Sobre o pedido de prisão, Toron disse ao R7 que ainda não teve acesso ao conteúdo da solicitação feita pelo Ministério Público e, por isso, não pode se manifestar a respeito.
O R7 tenta desde segunda-feira (10) ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira (12), após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.