Governo planeja criar Ministério da Segurança Pública, diz Marun
Ministro da Secretaria de Governo afirma que novo ministério não vai esvaziar Ministério da Justiça, que atualmente responde pela segurança
Brasil|Do R7
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), admitiu nesta quinta-feira (15) que o Palácio do Planalto está discutindo a criação de um Ministério da Segurança Pública. Ele disse que o próprio presidente Michel Temer "estimulou" a discussão sobre o assunto, mas ainda não bateu o martelo.
"O presidente ficou chocado com alguns atos de violência extrema e até de descontrole registrados em alguns ponto do País. Ele estimula a discussão, mas ainda não há conclusão", declarou Marun em entrevista após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na residência do parlamentar fluminense.
O ministro negou que a criação da Pasta seja mais uma das medidas que o governo lança mão para agradar parlamentares da bancada da segurança pública, em busca de apoio para a reforma da Previdência, que pode ir à votação no plenário da Câmara em fevereiro.
— Eventual criação do ministério em nada tem a ver com a Previdência.
Segurança Pública e a PF
Marun avaliou que a eventual criação do Ministério da Segurança Pública não vai esvaziar o Ministério da Justiça.
— Vejo tanta coisa importante para o Ministério da Justiça fazer neste momento, como questões jurídicas. Obviamente não vai faltar serviço nem para o Ministério da Justiça nem pro Ministério da Segurança.
O ministro da Secretaria de Governo disse que a questão sobre a qual ministério a Polícia Federal estará vinculada é secundária. Nos bastidores, fala-se que a PF poderá sair da alçada do Ministério da Justiça e ir para a nova Pasta da Segurança Pública.
— Onde a PF vai estar é uma questão de segundo plano nesse momento.
Marun afirmou que a criação da nova Pasta será um "ato de coragem" do presidente nesse momento, caso se confirme. Questionado se a criação do Ministério seria culpa dos governos estaduais, que, pela Constituição, devem cuidar da área, ele respondeu: "se todos fizeram o possível, o possível não foi suficiente".