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IBGE: população das grandes capitais vai cair nos próximos anos

Segundo pesquisador do instituto, falta de espaço nas metrópoles e oferta de empregos em cidades menores justifica esse movimento migratório

Brasil|Marcos Rogério Lopes, do R7

São Paulo, bem perto da saturação
São Paulo, bem perto da saturação

As grandes capitais do país estão perto da saturação, afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Minamiguchi. Segundo ele, além da falta de espaço em municípios como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG), os brasileiros têm partido para as cidades em torno desses locais em busca de empregos e serviços. "A gente vai ver nos próximos anos queda no número de pessoas nas metrópoles porque elas encontram em lugares mais afastados custo de vida menor e opções de trabalho que antes só existiam nos centros maiores", justifica.

Minamiguchi afirma que a pressão imobiliária é determinante no esvaziamento das capitais. "Em 1980, cada residência tinha em média 5 pessoas, hoje são 3. Se você pensar que 100 mil pessoas ocupavam 20 mil casas e agora precisam de mais de 30 mil, dá para se entender porque elas migram para outros lugares", comenta.

O IBGE divulgou nesta quarta-feira (28) as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros e apontou que o país já é ocupado por 210 milhões de habitantes, com uma taxa de crescimento populacional de 0,79% ao ano.

O município de São Paulo segue como o mais populoso do país, com 12,25 milhões de moradores, seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Ambos, no entanto, cresceram abaixo da média nacional: a capital paulista ficou com 0,63% mais pessoas e a fluminense, com 0,45%.


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Por outro lado, capitais de outros estados mostram um elevado crescimento, o que mostraria sinais de que esse movimento rumo a cidades menores já está em curso. Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, teve elevação populacional de 1,16%; Goiânia (GO), 1,36%; Rio Branco (AC), 1,54%; Macapá (AP), 1,96%; Palmas (TO), 2,49% e Boa Vista (RR), 6,35%.

"Nós acompanhamos no passado um fluxo enorme de famílias saindo de regiões como o Norte e Nordeste rumo ao Sudeste e isso, apesar de ainda acontecer, é cada vez menos significativo", conta o pesquisador. "O que percebemos atualmente é que as pessoas continuam mudando de estados dentro do país, mas a chegada e saída tende a se equivaler, sem grandes deslocamentos que chamem a atenção."


Em relação a Boa Vista outro fenômeno migratório explica melhor essa disparada. "A cidade recebeu inúmeros venezuelanos nos últimos anos e como não é uma região tão habitada quanto São Paulo, por exemplo, essa chegada tem impacto imediato no percentual", explica Minamiguchi.

Boa vista, segundo os dados de hoje do IBGE, tem 399.213 moradores. Estima-se que vivam na capital de Roraima 25 mil venezuelanos.

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