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Identitários são pequenos tiranos e negacionistas da cultura e da língua portuguesa  

Em um país de milhões de jovens e adultos analfabetos funcionais, os militantes preferem a lacração que causa estranhamento 

Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7


O convite para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa era dirigido a "todes"
O convite para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa era dirigido a "todes"

O chamado movimento identitário parece não ter limites. Sob o manto de valores humanistas, está agregando causas totalitárias com um ímpeto só visto pelos imperialistas e colonizadores do século 18. Vivem numa espécie de Idade Média vintage com suas próprias cruzadas e inquisições. No fundo – e isso já foi dito por filósofos, linguistas e historiadores de esquerda – não passam de militantes fascistóides e pequenos tiranos. Lamento informar, mas são reacionários fantasiados de pokemóns e Cavaleiros do Zodíaco. Impuros negacionistas do bom senso e do espaço alheio.

Entre os inúmeros mandamentos que propagam, os mais patéticos são os que atingem a linguagem. Encastelados em seus “lugares de fala”, tratam os idiomas e principalmente a gramática como territórios a serem invadidos por suas convicções bárbaras.

A obsessão pela busca de uma língua “neutra” frequentemente esbarra no ridículo – e na mais absoluta inutilidade. Na verdade, querem contemplar questões de gêneros – que não param de se multiplicar.

E não tente alertá-los do ridículo. São blindados por uma arrogância típica de quem está muito enganado. Paradoxalmente, são marcados por um vitimismo sem precedentes, embora muitos vivam e se reproduzam em cativeiros de universidades, muitas deles prestigiadas internacionalmente. 

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Por aqui, no Brasil, gerou justa indignação o convite que conclamava “todes” para a reinauguração do Museu da Língua Brasileira, em São Paulo. Não era escárnio: os “identitáries” tomaram de assalto um valioso espaço – no qual deveria ser democratizado e estendido a jovens e estudantes o acesso à fala e à escrita, culta e popular.

Em um país de milhões de analfabetos funcionais, em que o desempenho de jovens em português é sofrível, os intelectuais preferem a lacração que causa apenas estranhamento e entropia cultural. É muita miséria de pensamento e precariedade ética. Gente muito mal-educada.

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