Instituto quer construir último projeto de Niemeyer para Brasília até 2014
Memorial a Jango deve ser construído no Eixo Monumental
Brasil|Da Agência Brasil
O Instituto João Goulart quer construir, até 2014, a última obra de Oscar Niemeyer para Brasília – o Memorial a Jango. A empreitada, orçada em R$ 15 milhões, tem patrocínio da Petrobras e Eletrobras e apoio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, além da cooperação da Secretaria de Cultura do DF. O memorial deve ser construído no Eixo Monumental, entre a Catedral Militar Rainha da Paz e o Memorial Juscelino Kubitschek.
Segundo a Secretaria de Cultura, o texto para a audiência do instituto com o governador do DF, Agnelo Queiroz, já foi concluído. Deve ser assinado um termo de cooperação com o governo distrital para formalizar a cessão de uso do terreno ao instituto.
Niemeyer, que morreu no último dia 5, havia se manifestado sobre a importância da obra, ressaltando que procurou ser explícito sobre o afastamento do ex-presidente – último eleito antes dos governos militares.
Niemeyer recebe homenagem no dia em que faria 105 anos
— Quem conhece a história de João Goulart, sabe como ele foi violentamente afastado do cargo com o golpe militar de 1964, que durante 20 anos pesou sobre o nosso País. E isso eu procurei marcar na minha arquitetura, da forma mais clara, com uma grande flecha vermelha a atingir a cúpula projetada.
No projeto, a seta tem a inscrição do ano de 1964, em alusão ao ano do golpe.
O Instituto João Goulart, com sede no Rio de Janeiro, reúne o acervo referente ao ex-presidente. Segundo João Vicente Goulart, filho de Junior e presidente do instituto, a institução e o memorial foram cirado "para contar às novas gerações a história da queda da democracia brasileira e do estadista João Goulart, contando porque, quando e como os americanos o depuseram".
João Vicente busca concluir as obras da edificação com 1.760 metros quadrados até 2014 para que os brasileiros “não só vejam a Copa do Mundo, mas reflitam sobre o que ocorreu no país há 50 anos: o golpe de Estado que encerrou o governo de Jango e iniciou a ditadura militar”. Segundo o presidente, o memorial será interativo, com um banco de dados de imagens e depoimentos.