João de Deus deve ser ouvido pela Polícia Civil nesta quarta-feira
Médium, acusado de abuso sexual por centenas de mulheres, está preso desde 16 de dezembro do ano passado
Brasil|Juliana Moraes, do R7
João de Deus deve ser ouvido nesta quarta-feira (9) na Agência Prisional, em Aparecida de Goiânia. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, o inquérito sobre posse ilegal de arma de fogo deve ser concluído ainda nesta quarta e encaminhado imediatamente ao Poder Judiciário.
Ainda segundo a Polícia Civil, “a perícia em objetos apreendidos [na casa do médium], como pedras preciosas e notebook, ainda está sendo realizada. O resultado dos laudos será determinante para os próximos passos nas investigações.”
As diligências envolvendo o médium seguem sendo realizadas em sigilo para “não atrapalhar o andamento do trabalho policial.”
A defesa de João de Deus nega as acusações.
Leia também
Entenda o caso
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, é acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
O Ministério Público denunciou o médium em 28 de dezembro por quatro crimes: dois por violação sexual mediante fraude e dois por estupro de vulnerável.
Durante as buscas nas casas de João de Deus, foram encontradas armas, esmeraldas e malas de dinheiros. A Justiça de Goiás concedeu habeas corpus pelo porte ilegal de arma. O médium, no entanto, continua preso por ser investigado pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Para esses crimes, o habeas corpus foi negado.
O MP recebeu mais de 600 e-mails com denúncias contra o médium. As mulheres que denunciaram João de Deus têm idade entre 9 e 67 anos.
Até o momento, a Polícia Civil colheu depoimentos de 16 mulheres. O Ministério Público, porém, já ouviu mais de 100. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas do médium.
Na última quarta-feira (2), João de Deus passou mal e foi levado às pressas para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Na quinta-feira (3), teve alta e voltou para o Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), onde está preso.
O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, nega as acusações de abuso sexual contra o médium.
Nesta segunda-feira (7), as denúncias contra o médium voltaram a ser analisadas pelo TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás).